Ele participou de diversos programas, principalmente da Globo e do SBT. Seu nome ficou marcado em atrações como O Planeta dos Homens, Escolinha do Professor Raimundo e A Praça é Nossa, comandada por Carlos Alberto de Nóbrega (foto abaixo).

Carlos Alberto de Nóbrega

Além disso, quem é mais velho certamente se lembra do sucesso que o Balão Mágico fez em meados dos anos 1980. Esse personagem, em especial, não integrava o quarteto, mas também ficou marcado no coração de uma geração. Estamos falando do Fofão, que participava do programa infantil comandado por Simony e Castrinho na Globo e depois conquistou sua própria atração.

Muitos artistas têm o dom de encantar e divertir crianças e adultos com vários personagens. Criador de Fofão e outros personagens inesquecíveis, Orival Pessini era um deles, marcando a vida de milhares de pessoas com tipos e rostos diferentes.

Orival Pessini
Divulgação

Filho de imigrantes italianos, Pessini começou sua carreira no teatro e na publicidade, estrelando comerciais da Kellogg’s e da bebida Ki-Suco. Foi em 1963 que ele fez sua estreia na TV Tupi, trabalhando no infantil Quem Conta Um Conto, em 1963.

Nos anos 1970, era um dos destaques do humorístico O Planeta dos Homens, da Globo. Ele interpretava os macacos Sócrates e Charles, inspirados nos personagens do filme O Planeta dos Macacos.

Fofão e Patropi

Fofão
Divulgação

Já nos anos 1980, o sucesso seria bem maior com dois personagens. O primeiro era Patropi, um “bicho grilo” que sempre estava tranquilo e dava um jeito de se dar bem sem ter qualquer tipo de trabalho.

O personagem fez sua estreia na Praça Brasil, da Bandeirantes, e também esteve nos humorísticos A Praça é Nossa, A Escolinha do Professor Raimundo e A Escolinha do Barulho, tirando todo mundo do sério com seu jeitão.

Por sua vez, o público infantil se divertiria com o Fofão, um alienígena que nasceu no planeta Fofolândia. Sua estreia na TV foi no programa Balão Magico, que era apresentado por Castrinho e Simony nas manhãs da Globo.

Praça Brasil

Aos poucos, Fofão conquistou as crianças e se tornou uma das principais atrações da produção. O sucesso foi tanto que bonecos, bolachas, discos e até um filme foram lançados. Em 1986, ele se mudou para a Bandeirantes para comandar o TV Fofão, se tornando mais uma opção para a criançada na telinha.

Esses e outros personagens foram criados a partir da criatividade e do talento de Pessini, mas com um toque especial: as famosas máscaras que ele próprio criou.

Nos anos 1970, o artista bolou uma técnica que fabricava máscaras de látex com movimento, podendo interpretar inúmeros personagens por vários anos. Era impossível notar o rosto do artista, que também modificava a voz a cada tipo que ele vivia.

O último pedido

Orival Pessini

Todos esses personagens se foram no dia 14 de outubro de 2016, quando Orival Pessini infelizmente morreu aos 72 anos, depois de lutar contra um câncer no baço.

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A família realizou o último pedido do profissional: todas as máscaras seriam destruídas.

“Era uma preocupação de mau uso, de que alguém pegasse e fizesse mau uso delas. Ele dizia ‘o Fofão vivo só existe um, sou eu’. Era um desejo, e a gente obedeceu”, contou Álvaro Gomes, empresário de Pessini, em entrevista ao UOL.

Os moldes que eram usados para fazer as peças também foram destruídos. Ficaram guardadas apenas duas fantasias do Fofão, sendo uma delas do início do Balão Mágico.

Máscaras de Orival Pessini

O artista tinha preocupação que o personagem fosse utilizado de forma indevida, como em atos políticos.

“Eu não autorizo, é um direito meu. Eu faço questão de proteger meus personagens. O Fofão, por exemplo, gera empregos. As crianças conhecem pela internet e gostam. Os adultos se emocionam quando o encontram. Quero preservar essa imagem”, explicou, em entrevista.

A lembrança maior ficou para o público, de todas as idades, que acompanhou durante anos o trabalho e o talento desse grande artista que marcou época na televisão brasileira.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor