Um grande sucesso da história da RedeTV!, sem dúvida, foi o Pânico na TV, que causou um rebuliço nas noites de domingo e mexeu com as emissoras e os artistas consagrados.

Pânico - Emilio Surita
Reprodução / YouTube

Mas não só de amor a trupe viveu: uma estrela da casa não gostava deles e “rogou uma praga” a todos os profissionais que faziam parte do programa.

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Revolução aos domingos

Pânico na TV - Emilio Surita, Gorete da Silva e Sabrina Sato
Divulgação / RedeTV!

Quando a atração entrou no ar, em 2003, o Pânico já era um sucesso na rádio Jovem Pan há mais de 10 anos. De forma simples e muitas vezes tosca, o dominical foi atraindo o público que estava cansado da mesmice dos outros canais.

Aos poucos, o Pânico na TV foi conquistando seu espaço. O programa chegou a encostar na Globo, mostrando que os telespectadores queriam mudanças. A anarquia do grupo era a maior novidade na televisão. A estação comemorava o feito e abria mais espaço à produção.

A emissora, contudo, não acompanhava o crescimento da atração. A RedeTV! passava por dificuldades financeiras, muitas vezes, atrasando o salário do elenco. Isso revoltava a equipe, que demonstrava insatisfação e não escondia a vontade de trocar de canal.

Rogando praga

Amilcare Dallevo Jr e Daniela Albuquerque
Divulgação / RedeTV!

A direção buscava de todo modo manter o Pânico em sua programação. Isso chegou a afetar Daniela Albuquerque, apresentadora e esposa de Amilcare Dallevo Jr., dono da emissora. Segundo ela, tal episódio se tornou um problema e afetou a sua gravidez.

“Eu me lembro da saída do Pânico [da RedeTV!]. Eu estava grávida de sete meses. Imagina, meu marido chegava em casa, aquelas ligações, eu ficava preocupada com ele. Lógico que me abalo. Aí eu joguei praga. Eu falei: ‘Eles vão pra lá [para a Band], mas a estrela não vai brilhar e não vai dar certo’. Praga de grávida pega, né?”, contou ela ao Fofocalizando, em novembro de 2018.

De fato, a praga rolou: em 2012, o programa se mudou para a Band, mas o sucesso não foi o mesmo. O Pânico passou a sofrer críticas por seu conteúdo sensacionalista e machista. Integrantes do elenco, como Sabrina Sato e Ceará, deixaram a produção.

“A vingança é um prato que se come frio”

Mega Senha - Marcelo de Carvalho
Reprodução / RedeTV!

Para piorar, a produção perdia no Ibope para o Encrenca, que era exibido no mesmo horário e ficou popular por reproduzir vídeos que viralizavam durante a semana no WhatsApp e nas redes sociais.

“A vingança é um prato que se come frio. É uma alegria imensa vencer o ‘Pânico’. O mundo dá voltas. Eu não vibro com isso (com a vitória do Encrenca), eu vibrei com isso. A gente ganha todo final de semana, então ficou chato já”, destacou Marcelo de Carvalho, também sócio da RedeTV!, no Programa do Porchat, em dezembro de 2016.

E o que restou foi a mágoa…

Pânico - Emilio Surita
Reprodução / YouTube

Carvalho não escondeu que ficou magoado com a forma que o grupo saiu de sua emissora.

“A coisa mais normal é um apresentador ou ator mudar de canal. Eu só não concordo com duas coisas: sair no meio do contrato e falar mal da emissora onde você trabalhou. Acho que está errado. Eu realmente fiquei muito chateado. Fiquei com um gosto muito ruim na boca”, afirmou.

No dia 31 de dezembro de 2017, o Pânico na Band saiu do ar e nunca mais voltou à TV aberta. O programa continua na rádio, mas de uma forma bem diferente do que era antes. Atualmente, a atração também pode ser vista na Jovem Pan News.

Fica a dica: cuidado com “praga de grávida”.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor