Muitos papéis marcaram a brilhante carreira de Cláudia Jimenez, que faleceu no dia 20 de agosto, aos 63 anos. Sem dúvidas, a empregada Edileuza, do Sai de Baixo, foi uma dessas figuras que estão até hoje na memória do público brasileiro.

Sai de Baixo

A atriz ficou apenas uma temporada, a de 1996, e acabou deixando o programa por causa de uma série de polêmicas e divergências. Na época, ela afirmava que a atração estava perdendo qualidade no roteiro.

“A qualidade está caindo mesmo, e não foi apenas no último programa. Isso já vem acontecendo há pelo menos um mês”, disparou ela ao Jornal do Brasil.

Todas essas críticas feitas à imprensa incomodaram seus colegas de palco e também os roteiristas da atração. Anos depois, no entanto, ela se arrependeu desses atos.

Provocações e demissão

Sai de Baixo

No episódio Programa de Índio, Cláudia Jimenez fez uma provocação ao roteirista Cláudio Paiva. Ela interpretou a índia Urucubaca, que possuía uma cobra de estimação. Jimenez, propositalmente, trocou o nome da cobra de “Amarelinha” para “Paivinha”.

A imprensa afirmava que o Sai de Baixo estava garantido na grade de 1997 da Globo, mas Cláudia não, já que o diretor Daniel Filho havia pedido a cabeça dela para o então vice-presidente de operações da Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni.

Sai de Baixo - O Filme

A artista havia irritado os diretores; em alguns casos, até se recusava a dizer falas do roteiro, além de tecer críticas ao programa abertamente. Por tudo isso, Edileuza foi dispensada do Arouche.

“Eu acho que o meu grande erro foi tentar modificar as coisas com as quais eu não concordava. Eu realmente fui insubordinada algumas vezes, mas só porque eu queria melhorar as coisas. Eu acho que eles têm todo o direito de me demitir. A sacanagem não foi a demissão, mas a maneira como as coisas foram feitas”, enfatizou ao Jornal do Brasil.

Na época, ela disse que não voltaria mais a interpretar a personagem Edileuza:

“Mesmo que eles queiram que eu volte, eu não volto jamais. Comigo, o Eduardo Figueiras, produtor do programa, me disse para eu ficar tranquila porque essa decisão não é definitiva. Mas para mim é. Eu jamais vou pisar de novo neste programa, pra mim acabou”.

Arrependimento

Claudia Jimenez

Em 2017, quando o programa foi reprisado nas tardes de sábado da Globo, Jimenez comemorou a volta do humorístico e disse que não deveria ter saído do elenco.

“Sinto muita saudade dessa época, se fosse hoje, eu não teria saído. Na época, eu fui muito imatura, fazia algumas exigências que não precisavam ser ter feitas”, admitiu, em entrevista ao Extra.

Ela afirmou que só tinha boas lembranças do programa e da relação com seus colegas.

“Foram tantos momentos bons, mas as lembranças mais carinhosas são relacionadas à parte fora de cena, de coxia. Eu e Miguel (Falabella) batíamos muita bola. Já com relação aos episódios, teve um que eu cantava e ia para a plateia. Eu adorei. A interação imediata com o público me atraía muito”, relembrou.

Tempos depois, Claudia Jimenez foi convidada para fazer parte do Sai de Baixo – O Filme, mas acabou desistindo, afirmando que não estava preparada para encarar o papel novamente. Quem ficou no lugar de Edileuza foi Cibalena, interpretada por Cacau Protásio.

Nas últimas semanas, Marisa Orth, Tom Cavalcante, Miguel Falabella e Aracy Balabanian lamentaram a perda da atriz e humorista que fez história na TV brasileira. E o público também lamentou, além da perda, o fato de Edileuza não ter voltado mais ao Largo do Arouche…

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor