André Santana

Autores de Terra e Paixão, Walcyr Carrasco e Thelma Guedes não tiveram pudores de alterar os rumos da história em busca de melhores índices de audiência. A estratégia até deu certo, já que a audiência subiu e a trama encontrou um trilho.

Alexandra Richter (Nice) e Ângelo Antônio (Andrade) em Terra e Paixão
Alexandra Richter (Nice) e Ângelo Antônio (Andrade) em Terra e Paixão (divulgação/Globo)

No entanto, tudo isso foi feito às custas do “sacrifício” de algumas histórias que estavam previstas e acabaram não acontecendo. Com a novela chegando ao fim, já é possível cravar que não há mais qualquer possibilidade de algumas dessas tramas ganharem espaço.

Assim, o TV História relembra agora cinco personagens que muito prometiam, mas acabaram esquecidos no churrasco ao longo de Terra e Paixão.

Confira:

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Jogados para escanteio

Terra e Paixão - Jonathan Azevedo
Jonathan Azevedo como Odilon em Terra e Paixão (João Miguel Júnior / Globo)

Odilon (Jonathan Azevedo) é um dos personagens que acabou virando figurante de luxo em Terra e Paixão. O romance com Anely (Tata Werneck), que seria sua grande trama, acabou não vingando, já que o público embarcou no encontro da stripper com Luigi (Rainer Cadete).

Assim, sem história, o lutador acabou sumindo durante vários capítulos. E, quando aparecia, era em situações sem grande importância. Os autores ainda tiraram do éter uma história em que ele virava cantor, mas nem isso foi desenvolvido adequadamente. Com isso, Odilon virou um dos vários personagens sem função que apareciam no bar Naitendei.

Destino semelhante teve Andrade (Ângelo Antônio). Depois que seu casamento com Lucinda (Débora Falabella) acabou, o personagem murchou. Como “prêmio de consolação”, engatou um romance com Gladys (Leona Cavalli) numa história que simplesmente não decolou.

 

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Promessa não cumprida

Daniel Munduruku e Rafaela Cocal em Terra e Paixão
Daniel Munduruku e Rafaela Cocal em Terra e Paixão

Uma história que muito prometia, mas acabou ficando pelo caminho, foi a trama envolvendo Yandara (Rafaela Cocal). A indígena foi apresentada como uma jovem dividida entre duas culturas e, assim, teria que escolher um dos dois caminhos que se abririam para ela.

A escolha envolvia um romance com Franco (Gil Coelho) e uma carreira como modelo, ou então cumprir um acordo selado pelo avô Jurecê (Daniel Munduruku) e aceitar seu casamento com Rudá (João Vitor da Silva). Porém, este conflito que muito prometia também foi diluído em meio às inúmeras mudanças do enredo.

Por fim, o casal Mara (Renata Gaspar) e Menah (Camilla Damião) também não aconteceu. O conflito entre elas, inicialmente, soava repetitivo, já que a história envolvendo o casamento de Mara lembrava a trajetória de Lucinda. Mas, no decorrer da trama, elas foram simplesmente esquecidas. Atualmente, o casal de mulheres até tem espaço, mas em histórias sem importância.

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Menções nada honrosas

Thati Lopes e Valéria Barcellos

Além dos cinco personagens citados, outros tipos não tiveram nem a chance de dizer a que vieram em Terra e Paixão. É o caso de Cacá (Igor Angelkorte), cuja trama sequer foi apresentada ao público. Passou em branco.

Nina (Kiki Vaz) também parecia que teria uma história própria, em razão de seu envolvimento com Jonatas (Paulo Lessa) e também com Mara. Porém, este conflito não teve maiores desdobramentos.

Por fim, Luana (Valéria Barcellos) também prometia muito, mas acabou ficando sem espaço, assim como a médica Laurita (Bruna Aiiso), que foi totalmente esquecida.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor