Cilada poderia ter prejudicado estreia de Larissa Manoela na Globo
24/08/2022 às 11h45
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A estreia de Larissa Manoela na Globo, como protagonista de Além da Ilusão, gerou uma boa expectativa. Após oito anos no SBT, onde ganhou um novo olhar da mídia quando viveu a vilã Maria Joaquina, do remake de Carrossel (2012/2013).
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Depois, protagonizou Cúmplices de um Resgate (2015/2016) e marcou presença em As Aventuras de Poliana (2018/2020); agora, a atriz ganhou a chance de protagonizar uma novela das seis na emissora mais assistida do país.
Sua contratação ocorreu em janeiro de 2020, mas Além da Ilusão só foi iniciada agora, em fevereiro de 2022, por conta do caos da pandemia de Covid-19.
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Princesa da Disney
E a estreia de Larissa na Globo foi a melhor possível. A atriz emocionou na primeira fase a trama, ambientada em 1934, na pele de Elisa, uma jovem doce, romântica e que tinha um ar de princesa da Disney.
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Com um figurino de cores mais suaves e em alguns tons de azul, a personagem fez jus ao posto da mocinha que o folhetim de Alessandra Poggi precisava naquele momento. Acostumada a adotar um tom mais exagerado por conta das várias tramas infantis e adolescentes que protagoniza, a intérprete não teve dificuldade de se encaixar em um enredo adulto. Sua atuação é sóbria e precisa.
As cenas finais de Elisa destacaram o talento de Larissa, que protagonizou sequências muito fortes com Antônio Calloni, intérprete do juiz Matias, pai da mocinha e assassino da própria filha. Aliás, a sequência da morte da personagem é uma das melhores da trama até o momento.
E vale destacar ainda a química que a atriz teve com Rafael Vitti, que defende com competência o mágico Davi. A primeira fase foi muito bem realizada e teve seu ciclo fechado de forma cuidadosa.
Rápido amadurecimento
Agora na segunda fase, em 1944, Larissa viveu Isadora, irmã mais nova de Elisa, chamada de Dorinha na fase anterior, interpretada pela talentosa Sofia Budke. Com um figurino de cores fortes, a personagem tinha uma personalidade totalmente diferente da irmã falecida.
Nada romântica, viciada em trabalho e muito prática, Isadora nem parecia ter 18 anos. Mas o que podia parecer algo irreal ou forçado do enredo, teve uma boa construção: Matias traumatizou a criança quando a culpou pela morte de Elisa.
Por conta do choque, não havia lembranças de sua bonita relação com a irmã mais velha e muito menos de Davi. Dorinha precisou amadurecer rapidamente até como uma espécie de fuga.
Escapou de cilada
Impressionou como a interpretação de Larissa não lembrou em nada o seu desempenho na primeira fase. Poderia ter sido uma grande cilada para a atriz, mas realmente pareceu que eram duas mulheres distintas em tudo, menos na aparência.
Larissa teve ótimas cenas com Malu Galli (Violeta, a mãe), Danilo Mesquita (Joaquim, o noivo), Paloma Duarte (Heloísa, a tia) e Bárbara Paz (Úrsula, a sogra). Fora que a sintonia com Rafael Vitti continuou a mesma.
Além da Ilusão foi uma novela agradável e bem produzida, apesar de alguns tropeços no desenvolvimento do romance principal. Mas um dos principais acertos foi a escolha da protagonista.
Larissa Manoela estreou na Globo com o pé direito. Viveu duas personagens, se entregou em cada cena e convenceu em uma obra adulta, após ter feito muito sucesso emendando trabalhos voltados para o público infantil e adolescente. Não havia novela melhor para a estreia de Larissa Manoela na Globo do que a escrita por Alessandra Poggi.