Se a primeira edição do Big Brother Brasil, que estreou em janeiro de 2002, foi moderada quando o assunto foi romance, o mesmo não se pode dizer da segunda.
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O BBB2, única edição do reality show que aconteceu no meio do ano, criou grande polêmica ao exibir uma cena quente dentro da casa mais vigiada do Brasil.
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“Deitados na cama, debaixo de uma manta fina, uma moça e um rapaz trocam alguns beijinhos. Bem devagar, ela se vira de costas para ele e – sempre embaixo da manta – percebe-se o encaixe dos dois corpos e o início de um vaivém do rapaz em direção à moça”, descreveu o Jornal do Brasil do dia 12 de junho daquele ano.
As imagens de Jeferson e Tarciana foram mostradas em pleno horário nobre, após o capítulo da novela O Clone, e deixaram muita gente chocada. A audiência, que andava morna, cresceu assustadoramente, fazendo o programa chegar a quase 50 pontos.
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As dúvidas sobre o ocorrido foram dissipadas numa conversa entre Tarciana e outra participante, Thais, onde a pernambucana confirmou o feito.
“Mas como é que você fez?”, quis saber Thais. “De costas”, respondeu Tarciana. “Antes eu fiz um servicinho”, completou. “Um servicinho manual?”, adivinhou Thais, ao que a colega confirmou. “É que não consigo ficar sem transar”, tentou justificar.
“Há ainda outro elemento que faz da transa de Jeferson e Tarciana uma cena totalmente fora de um antes tão exaltado e hoje tão mixuruca “padrão Globo de qualidade”: havia mais gente no quarto – mais precisamente na mesma grande cama onde tudo se deu. Thaís e Fabrício dormiam ao lado e, supostamente, nada viram”, informou a reportagem do JB.
O diretor do programa, Boninho, defendeu a exibição da cena.
“Não existe o risco de colocar em cheque o padrão Globo de qualidade. Contrariá-lo seria não contar essa história direito, editando para esconder ou expor alguma situação. Isso não é feito. Temos o compromisso de contar para o telespectador exatamente o que está acontecendo na casa. A decisão fundamental é como contar”, declarou à revista Istoé Gente.
Custou caro
O público não perdoou: quando o fato aconteceu, Jeferson estava no paredão e foi eliminado no dia seguinte à exibição do programa, com 62% dos votos.
Em sua justificativa, Pedro Bial deixou claro que ele saía por conta do seu “excesso de testosterona”.
Mas a polêmica não parou por aí. A então superintendente da Globo, Marluce Dias da Silva, proibiu expressamente a exibição de cenas desse tipo no BBB, conforme divulgado pelo jornalista Ancelmo Gois, em sua coluna no jornal O Globo. Tanto que, no dia seguinte, nova relação do casal foi completamente ignorada.
Até o Ministério da Saúde entrou na parada. Como transaram três vezes sem preservativo, o órgão entrou em contato com o canal pedindo a conscientização dos participantes e do público.
“Cuidem de vocês aí dentro e cuidem da juventude aqui fora para que ela incorpore cada vez mais os hábitos e usar preservativos. Vocês estão servindo de exemplo para milhões de pessoas em todo o Brasil”, declarou Paulo Teixeira, então coordenador do programa contra a Aids.
Ao sair da casa, Jeferson disse que não daria sequência ao romance com Tarciana.
“Fiz apenas o que senti vontade. Nada foi pensado”, declarou ao jornal O Globo em 13 de junho.
A pernambucana saiu do BBB cerca de um mês depois, em 9 de julho, ao receber 70% dos votos do público.
“Nós não fizemos nada que um casal de namorados não fizesse aqui fora. É um processo natural entre duas pessoas que sentem carinho uma pela outra. Não me arrependo de nada”, enfatizou.
No final das contas, sobrou para o programa, que foi reclassificado pelo Ministério da Justiça de livre para inadequado para menores de 16 anos, não podendo ser exibido antes das 22 horas.