O quadro Quem Quer Ser Um Milionário? é um dos sucessos do Domingão, apresentado por Luciano Huck, que mantém com folga a liderança de audiência nas tardes de domingo.
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Luciano com Huck no Domingão (Reprodução / Globo)
A atração mostra pessoas de todas as idades e classes sociais que respondem perguntas em busca do prêmio máximo: 1 milhão de reais – o que, até hoje, ninguém conseguiu.
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Um dos participantes que tentou levar o milhão para casa afirmou que sofreu discriminação nos bastidores do game.
Talento e superação
Reprodução / Globo
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Marcos Lima é um jovem jornalista que mantém no YouTube o canal Histórias de um Cego. Com mais de 300 mil inscritos, ele fala sobre o seu cotidiano e os desafios que uma pessoa com deficiência visual encontra no dia a dia.
Em dezembro de 2018, ele foi convidado para participar do Quem Quer Ser Um Milionário?, que na época era exibido no Caldeirão do Huck. Para o jovem era a grande oportunidade de conquistar um bom prêmio e mostrar o seu trabalho para todo o país.
Porém, antes de entrar no ar, ele passou por um momento desconfortável com a equipe do programa.
“Meu olho deve ser horrível, não pode aparecer na TV”
Luciano Huck no Domingão (Reprodução / Globo)
Em agosto de 2020, em seu canal no YouTube, Marcos revelou que, antes de entrar no ar, foi chamado por dois membros da produção, que pediram que ele usasse óculos escuros. A justificativa era que o programa não fosse acusado de explorar a deficiência do competidor. Ele ficou indignado.
“Quem tem o direito de me pedir para usar óculos, ainda mais para tapar a minha deficiência?”, questionou.
“Nisso, os dois ficaram muito sem graça, nitidamente não estava partindo deles, eles estavam sendo só enviados. Eu sei que [essa ordem] não veio do Luciano [Huck], eu sei exatamente de quem veio. Veio de cima, mas não tão de cima, veio da direção do programa, que quer preservar, botar aquela estética, tapar meu olho. Meu olho deve ser horrível, não pode aparecer na TV”, relatou.
Defendendo o seu direito
Marcos Lima (Reprodução / Facebook)
O jornalista alegou que o trabalho dele era mostrar para as pessoas a importância da aceitação da deficiência e que não esconderia seus olhos em rede nacional. No final das contas, Marcos entrou no estúdio sem óculos.
“O programa em si foi uma experiência fantástica, o Luciano foi ótimo comigo, mas os bastidores foram muito cruéis. […] Sei que muita gente vai achar mimimi, que era só usar óculos, mas talvez essa pessoa nunca tenha passado por isso”, lamentou.
O jornalista não faturou o grande prêmio da atração, mas teve o seu trabalho reconhecido e valorizado pelas pessoas:
“Só sei que isso me impactou e felizmente essa experiência só me fez crescer, ter a certeza de quem eu sou, com óculos porque eu quero e sem óculos porque eu quero. Eu decido quem eu vou ser e o que vou fazer”.
