Cleyde Aparecida Meucci é o nome de batismo da atriz Cleyde Blota, nascida em Belo Horizonte em 18 de novembro de 1936. Seu nome artístico veio do casamento com o finado escritor, produtor e diretor Gonzaga Blota, que a conheceu quando ela era garota-propaganda.

Fera Radical

Ela iniciou sua carreira aos 14 anos, no momento em que a televisão estava sendo implantada no Brasil, onde aprendeu de tudo um pouco, desde jornalismo até locução.

Estreou em novelas no ano de 1964, em A Moça que Veio de Longe, na TV Excelsior; em seguida, esteve presente em três tramas escritas por Ivani Ribeiro para a mesma emissora: A Muralha (1968), Dez Vidas (1969) e Os Estranhos (1969).

Transferiu-se para Tupi em 1972, onde trabalhou em Tempo de Viver e Jerônimo, o Herói do Sertão. Em 1974, Cleyde Blota foi finalmente contratada pela Rede Globo, onde participaria de grandes sucessos.

Papéis de destaque na Globo

Pão Pão Beijo Beijo

A primeira novela na estação foi Fogo Sobre Terra (1974). Depois vieram Senhora (1975), Vejo a Lua no Céu (1976), Duas Vidas (1976), O Astro (1977) e Dancin’ Days (1978).

Na início da década de 1980, a artista esteve presente em Água Viva (1980), Plumas e Paetês (1980), O Amor é Nosso (1981), O Homem Proibido (1982) e Paraíso (1982).

Em Pão Pão, Beijo Beijo (1983), atualmente sendo exibida no canal Viva, Cleyde interpretou Joana, empregada da casa de Mamma Vitória (Lélia Abramo) e mãe de Nina (Tássia Camargo), uma jovem interesseira que sentia vergonha da origem humilde da mãe. Para satisfazer as vontades da filha, ela gastava seu salário comprando roupas refinadas para filha, na intenção dela arranjar um marido rico e ter uma vida melhor.

Cleyde Blota

Em 1984, Cleyde fez uma participação especial em Corpo a Corpo; depois, atuou em Ti-Ti-Ti (1985), O Outro (1987), Fera Radical (1988), Gente Fina (1990), Perigosas Peruas (1992), Tereza Batista (1992), Mulheres de Areia (1993), Sonho Meu (1993), Tropicaliente (1994), O Fim do Mundo (1996), Vira-Lata (1996), Por Amor (1997) e Torre de Babel (1998), sendo essa sua última aparição no veículo.

Casamento com Gonzaga Blota

Cleyde Blota e Gonzaga Blota

Cleyde e Gonzaga Blota foram casados durante 54 anos, até o falecimento dele, em 19 de novembro de 2017. Eles tiveram dois filhos: Ana Blota, que é decoradora e diretora de arte, e César Blota.

Apesar de ter se destacado ao longo de sua carreira como atriz, ela explicou que não se sentiu plenamente realizada, pois sempre teve como grande ambição apresentar um programa feminino.

“Gosto muito de conversar, trocar informações, além de ter experiência como profissional, dona de casa, mãe e avó. Seria maravilhoso ter a oportunidade de realizar esse sonho. Acho que é só o que me falta. Depois, encerraria a carreira e iria morar no meio do mato, num sitiozinho, cuidando de bichos e plantas e aprendendo a cozinhar, porque na cozinha meus conhecimentos deixam muito a desejar”, declarou a artista ao jornal O Globo em 1º de dezembro de 1985.

Cleyde, que atuou em algumas produções em que Gonzaga era o diretor, confessou, em entrevista ao jornal O Dia de 1º de abril de 1990, que era muito bom trabalhar com o marido, mas que, ao mesmo tempo, sofria muitas cobranças.

“Todo diretor que tem no elenco de uma novela a sua mulher geralmente cobra muito dela, pois acha que ela tem de dar o exemplo”, contou a atriz.

Ela ainda acrescentou que essa cobrança não ficava só a cargo do diretor, já que qualquer passo em falso que desse era motivo para comentários do tipo: “é a mulher do diretor”.

Longe da telinha há quase 25 anos, Cleyde Blota tem 85 anos e está aposentada. Conforme planejava na década de 1980, se mudou do Rio de Janeiro para Araruama, na região dos Lagos, onde reside atualmente.

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Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor