Após estourar como dançarina do grupo É o Tchan em 1996, Carla Perez resolveu investir na carreira de apresentadora. Contratada pelo SBT em 1998, comandou dois programas no canal de Silvio Santos – Fantasia (das famosas gafes, como dizer “i” de “iscola”) e Canta e Dança, Minha Gente.
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Mas os planos da baiana eram ambiciosos: ela sonhava se tornar a nova Hebe Camargo (1929-2012).
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A polêmica declaração foi dada em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo de 8 de agosto de 1999, algumas semanas antes da estreia do programa Canta e Dança, Minha Gente.
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“Acredito que, pouco a pouco, me tornarei a nova Hebe da televisão”, disse ao repórter Thiago Stivaletti.
Inspirações
O Canta e Dança era uma espécie de Esquenta, com números musicais (pense em muito axé music, ritmo que estava em evidência no final dos anos 1990) e gente dançando no palco.
Mas a inspiração do programa não foi a atração de Regina Casé, que surgiria muitos anos depois, mas sim o Planeta Xuxa, que Xuxa comandava nas tardes de domingo da Globo.
Luiz Bento, então diretor do Canta e Dança, confirmou ao jornal: “imitamos o programa da Xuxa nos cenários, que se movimentam e interagem com a plateia”.
Já Carla negou a influência. “Se há alguma semelhança, é com o programa do Chacrinha, que originou todos os outros musicais”.
A atração foi massacrada pela crítica da época. Na revista Istoé Gente de 22 de novembro de 1999, uma semana após a estreia, ocorrida no dia 14, Lilian Amarante chamou o programa de “aeróbica musical”.
“Num palco superpovoado, misturado com a plateia, a ordem é não ficar parado. Durante uma hora de programa, pelo menos 100 pessoas dançam freneticamente embaladas pelas músicas dos convidados”, explicou. “A impressão geral é de cansaço, principalmente em casa. Colocar a plateia para dançar junto com os convidados não é novidade. Mas o repertório do Canta e Dança, repetitivo e malicioso, dá outra dimensão à proposta”, completou.
Críticas ao programa
Muitas críticas também foram feitas porque a atração ia ao ar às 13h30 de domingo, quando muitas crianças estavam sintonizadas.
“Na volta de um dos intervalos, Carla Perez dança sentada na escada para chamar mais uma atração: as ‘lindas e gostosas’ do grupo Banana Split. A câmera não larga o tchan de nenhuma delas e passeia também pelos predicados da plateia. Agora, o refrão pede: ‘Gruda, gruda na cintura da moleca/Depois do mexe-mexe, rala o tchan e rala a tcheca’. Por essas e outras, a festa de Carla Perez deveria ir ao ar em horário mais adequado, longe da programação infantil”.
O programa também foi eleito o pior dominical de 2001 no Troféu Santa Clara, da Folha. Mesmo assim, o Canta e Dança não teve vida curta: ficou no ar até o final de 2001 – o último programa foi exibido dia 15 de dezembro. Pouco antes, em setembro, migrou para as tardes de sábado, para concorrer com o programa de Raul Gil na Record. Marcava média de cinco pontos e ficava na terceira colocação.
Depois disso, Carla Perez passou a se dedicar ao público infantil, apresentando entre 2012 e 2017 o programa diário Clube da Alegria na TV Aratu, afiliada do SBT na Bahia. Desde então, ela mora em Orlando, nos Estados Unidos, junto com sua família.