Após cancelamento de novela, ator da Globo virou garçom para sobreviver

Muitos artistas, antes da fama, dedicam-se a outras áreas e profissões. Isso aconteceu com João Pedro Zappa, destaque de Nos Tempos do Imperador (2021), primeira novela inédita exibida pela Globo após as paralisações causadas pela pandemia de Covid-19.

Antes de ser escalado para a trama de Alessandro Marson e Thereza Falcão, na qual interpretou Nélio, João Pedro integraria o elenco de outra produção da Globo. O folhetim, porém, não foi adiante… Sem recursos, Zappa passou a trabalhar de garçom.

“Eu era um bom garçom”

João Pedro Zappa era nome certo no time de Jogo da Memória, texto de Licia Manzo para a faixa das onze. A trama foi suspensa após modificações – passou de novela a minissérie – e a cirurgia no coração do diretor artístico José Luiz Villamarim.

“Cheguei a pegar um filme no final do ano, deu para pagar as contas de dezembro, mas janeiro já virei no vermelho. Comecei a trabalhar para a minha irmã de garçom, trabalhei até para o Miguel Ribas [chef de cozinha]”, contou o ator em entrevista ao portal Notícias da TV, em 9 de dezembro de 2021.

“Eu servi em jantares para ele, servi um em um serviço de restaurante tailandês. Eu era um bom garçom, fiquei quatro meses”, completou.

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A trajetória de João Pedro Zappa

Em 15 anos de dedicação às artes, João Pedro sempre foi mais presente no teatro e no cinema.

Na televisão, ele marcou presença em Cilada (2007), sitcom do Multishow protagonizado por Bruno Mazzeo, e Guerra e Paz (2008), série da Globo. Zappa também atuou no episódio sobre Raul Seixas da série Por Toda Minha Vida (2009), como o cantor Jerry Adriani.

Ainda, a minissérie Cinquentinha (2009), a série Segunda Dama (2014) e as novelas Além do Tempo (2015) e Os Dias Eram Assim (2017). No streaming, ele protagonizou a série sobre Santos Dumont (2019), o pai da aviação, para a HBO Max, e Reality Z (2020), da Netflix.

Parceria de sucesso

Como Nélio, João Pedro Zappa foi um dos destaques de Nos Tempos do Imperador, que enfrentou problemas estruturais e polêmicas nos bastidores. Ele formou par com Daphne Bozaski, a Dolores – sempre associada a Benê, personagem de Malhação Viva a Diferença (2017).

“Quando eu cheguei, não conhecia a Daphne nem ela me conhecia, mas a gente se deu bem logo de cara. Ela voltou para São Paulo, ia voltar só depois. Comecei a gravar. Aí veio a pandemia. Mesmo assim, antes de ela entrar, a gente se falava. Quando a gente começou a trabalhar junto, isso foi se intensificando. A gente foi construindo uma relação de atores e amigos, porque acabamos ficando muito amigos”, relatou.

“A gente sempre fez com muito afinco, com muito carinho. Tendo a Daphne do lado, tudo ficou mais tranquilo. A gente se falava na véspera: ‘’Amanhã vai ser puxado’. A gente conversava, passava as cenas pelo telefone, às vezes fazia chamada de vídeo. Sempre fomos muito juntos”, completou o ator.