O Canal Viva começou a exibir maratonas de novelas da faixa das 23h aos domingos já há algum tempo. Todo domingo, os capítulos de segunda a sábado eram exibidos em sequência. Uma novidade. Mas a que mais deu certo foi com “O Clone”. Já no início de agosto, o canal também fez o mesmo com “Chocolate com Pimenta”. Isso porque a reprise da novela de Walcyr Carrasco é um dos maiores êxitos de audiência. E desde o final de agosto que o folhetim vem fazendo uma dobradinha e tanto com “Mulheres Apaixonadas”, um dos melhores trabalhos de Manoel Carlos.

As duas produções são os maiores sucessos atuais do Viva. E uma já entrega uma elevada audiência para a outra à noite. A junção das duas histórias inesquecíveis de Walcyr e Maneco aos domingos tem sido um presente para o público, com o perdão do clichê. De 14h15 às 19h, o telespectador acompanha a saga de Aninha Francisca (Mariana Ximenes) com poucos intervalos comerciais e das 19h às 23h45 é o momento da reprise sobre os dramas familiares de Helena (Christiane Torloni), Heloísa (Giulia Gam), Raquel (Helena Ranaldi) e companhia marcar presença.

Quem é fã das duas produções não tem motivo para trocar de canal durante um longo tempo. Ainda mais em um domingo, onde a programação da televisão aberta é tão controversa e a dos canais a cabo pouco atrativa.

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E quando um capítulo chega ao fim, o próximo logo entra no ar, sem comercial. A maratona ainda facilita e muito a vida do telespectador que não consegue ver diariamente as reprises nos horários do Viva (13h30/15h ou 23h/ 00h). Afinal, quem trabalha tem dificuldades de assistir produções vespertinas ou quase de madrugada.

E o canal vem colhendo frutos da boa estratégia. Não deixa de ser uma recompensa do público, que pediu para o Viva colocar “Chocolate com Pimenta” aos domingos em maratona (na época, como já mencionado, “O Clone” era a única com o esquema de reprises em sequência). Os índices cresceram significativamente. E impressiona como a trama de Walcyr Carrasco é atemporal. A novela não tem o famigerado período de enrolação porque há sempre algum núcleo com alguma virada, mesmo quando o conflito envolvendo Ana Francisca precisa de uma pausa.

Aliás, o enredo está na fase da ruína da protagonista. Jezebel (Elizabeth Savalla, impecável) consegue roubar toda a herança deixada pelo finado irmão Ludovico (Ary Fontoura) e deixa Aninha na miséria. É a penúltima virada do enredo. A última reviravolta é justamente a criação do chocolate com pimenta que fará Ana enriquecer novamente e falir a concorrência.

Já “Mulheres Apaixonadas” apresenta situações hoje em dia inadmissíveis, como a professora dar em cima e ter um caso com um aluno —- Raquel e Fred (Pedro Furtado); a protagonista Helena defender o abafamento de um caso de um professor que abusou de uma aluna porque era “provocado”; entre outras polêmicas.

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Mas o conjunto da obra segue admirável e foi o último grande folhetim de Maneco. As histórias paralelas são primorosas e todas tiveram um destaque merecido, como a maldade de Dóris (Regiane Alves) com seus avós; o ciúme doentio de Heloísa; o drama de Fernanda (Vanessa Gerbelli) e Salete (Bruna Marquezine); o alcoolismo de Santana (Vera Holtz); a violência doméstica protagonizada por Raquel e Marcos (Dan Stulbach); a homofobia sofrida por Clara (Alinne Moraes) e Rafaela (Paula Picarelli), enfim.

A maratona de duas novelas tão emblemáticas foi um dos maiores acertos do Viva em 2020. Só não foi maior que a escolha da reprise de ambas, claro. “Chocolate com Pimenta” e “Mulheres Apaixonadas” têm feito uma ótima dupla para qualquer bom noveleiro.

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Sérgio Santos é apaixonado por TV e está sempre de olho nos detalhes. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor