Após perder Praça, canal deu troco em Carlos Alberto de Nóbrega

A Praça é Nossa - Carlos Alberto de Nóbrega

Carlos Alberto de Nóbrega em A Praça é Nossa (Reprodução / SBT)

Em setembro do ano passado, a Band estreou o fracassado humorístico Nóis na Firma, que contou com Gorete Milagres, Marcelo Médici e Moacyr Franco, entre outros nomes, mas durou pouco. Essa, no entanto, não foi a primeira vez que a emissora ocupou essa faixa com um programa capitaneado por Franco.

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Carlos Alberto de Nóbrega em A Praça é Nossa (Reprodução / SBT)

Em 1987, a então Bandeirantes trouxe de volta o velho formato da Praça da Alegria, desenvolvido nos anos 1950 por Manuel de Nóbrega. Seu filho, Carlos Alberto de Nóbrega, então na Globo, foi contratado e colocou no ar a Praça Brasil em 27 de março daquele ano.

Com apenas duas semanas de exibição e cinco episódios gravados, Nóbrega e boa parte do elenco foram para o SBT, causando surpresa no público e, principalmente, na emissora.

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“Carlos Alberto foi seduzido por um salário muito maior, com direito a luvas milionárias e o pagamento da multa de rescisão do contrato. A Bandeirantes, além de ficar desfalcada de um apresentador e humoristas, ainda perdeu o diretor do programa Bronco, que marca a volta de Ronald Golias no vídeo. No canal de Silvio Santos, comenta-se que o motivo da troca não foi financeiro, mas sentimental”, relatou Joyce Pascowitch na Folha de São Paulo, justificando os fortes laços existentes entre Silvio, Manuel e Carlos Alberto.

O contra-ataque

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A Band não gostou nem um pouco da saída do humorista e emitiu uma dura nota oficial:

“Carlos Alberto cedeu ao aliciamento da TVS, rompendo o compromisso na hora em que a Bandeirantes inicia sua escalada com novos programas e a audiência sobe dia a dia. Surpreendendo a todos os seus amigos e companheiros de trabalho, Carlos Alberto Nóbrega não honrou seu compromisso com a Bandeirantes”.

A Praça é Nossa fez uma estreia histórica – o apresentador foi surpreendido pela presença de Silvio no “velho e querido banco”, com direito a detalhes de sua história e a demonstração de gratidão por Manuel, que sempre deu apoio ao animador ao longo de sua carreira.

A emissora do Morumbi não ficou parada e manteve o programa no ar, conseguindo segurar Golias, Agildo Ribeiro, José Vasconcellos, Lady Francisco, Carlos Leite, Nair Bello e Orival Pessini, entre outros. Quem assumiu o comando foi Moacyr Franco, que já tinha participado da Praça da Alegria, com seu personagem Mendigo.

 

Trajetórias distintas

Ao comparar as duas Praças, o jornalista Eugênio Lyra Filho, do jornal O Globo, preferiu ficar sintonizado na Bandeirantes.

“No confronto das duas, não sobra muito para louvar. Moacyr Franco é sem dúvida mais divertido e espontâneo. Além disso, o ‘clima’ de humor é mais pesado no SBT. Afinal, graça é difícil de obter, mas bom-gosto, nem tanto”, analisou.

O nome A Praça é Nossa, aliás, foi uma provocação de Carlos Alberto à Bandeirantes, mostrando que o formato era dele e de seu novo canal. Moacyr seguiu conduzindo o programa, que não chegava perto da audiência e do sucesso de seu concorrente – a versão SBT dava dores de cabeça na Globo, chegando a atingir o primeiro lugar de audiência.

A Praça Brasil ficou no ar até o final de 1988, sendo totalmente reformulada e ganhando um novo nome: Só Riso na Praça. Moacyr Franco não seguiu na atração. Ele também migrou para o SBT, fazendo parte, inclusive, de A Praça é Nossa durante 27 anos.

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