O grande sucesso da história da Manchete foi Pantanal (1990). A novela de Benedito Ruy Barbosa movimentou a televisão brasileira, renovou o gênero com tomadas externas – e contemplativas – e provou que era possível produzir obras de qualidade fora da Globo.
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A trama ganhou nova versão na Globo, protagonizada por Alanis Guillen e Jesuíta Barbosa, e estrelada por artistas como Camila Morgado e Gabriel Sater. No último capítulo, exibido nesta sexta (07), foram mostrados os filhos dos personagens conversando com o novo Velho do Rio (Marcos Palmeira).
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Depois do fim da produção, Benedito colocou na mente que a história de amor entre Jove (Marcos Winter) e Juma (Cristiana Oliveira) poderia ter uma continuação, mostrando o futuro dos filhos dos personagens principais. E utilizando como pano de fundo, outra vez, as belas paisagens do bioma, conforme adiantou o jornal O Dia de 20 de novembro de 1990.
Além da oncinha, o diabinho, herdeiro de Irma (Elaine Cristina) e Trindade (Almir Sater), era cotado para protagonista de Pantanal 2. A ideia, porém, acabou não indo para frente…
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No início de 1991, Ruy Barbosa voltou para a Globo. Antes de deixar a Manchete, o novelista cogitou outro projeto para a casa. O Jornal do Brasil de 27 de novembro de 1990 trouxe a premissa da trama: as políticas agrícola e agrária do país, sem tipos fantasiosos ou foco em ambientes ainda desconhecidos do grande público. Tal ponto de partida lembra O Rei do Gado (1996)…
As continuações do autor
Em 1981, a Bandeirantes produziu o clássico Os Imigrantes, que narrava a chegada de italianos, espanhóis e portugueses no Brasil. Benedito Ruy Barbosa esticou a novela o quanto pode, mas, exaurido, abriu mão da continuação. Coube a Renata Pallottini e Wilson Aguiar Filho concluírem as duas últimas fases da trama.
Benedito voltou a falar dos italianos em 1999, com Terra Nostra. A história de amor entre Giuliana (Ana Paula Arósio) e Matteo (Thiago Lacerda) também usou a imigração como pano de fundo. O projeto previa várias fases, mas o sucesso inicial determinou a manutenção da primeira etapa do folhetim.
O autor, porém, ensaiou uma nova temporada. A ideia era mostrar os descendentes de Giuliana, Matteo e seus contemporâneos no Brasil da Segunda Guerra Mundial. A proposta contava com o apoio dos envolvidos – incluindo os protagonistas Ana Paula e Thiago.
Porém, em 2000, a Globo lançou a minissérie Aquarela do Brasil, que também usava a Segunda Guerra como pano de fundo. Isso desagradou o autor, que acabou engavetando o projeto e colocando no ar, dois anos, Esperança, que “seguia os passos” de Terra Nostra, mas foi malsucedida.