Um dos clássicos de Manoel Carlos, Por Amor era encerrada há 26 anos, no dia 22 de maio de 1998. Numa época em que a internet ainda estava engatinhando e não existiam redes sociais, a novela das oito da Globo teve seu rumo alterado por causa de uma campanha contra uma personagem.
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A trama estreou em 13 de outubro de 1997 e, logo de cara, Eduarda (Gabriela Duarte) não caiu nas graças do público. Ciumenta, mimada e frágil, ela vivia pegando no pé do noivo, Marcelo (Fábio Assunção), e rejeitava o pai, Orestes (Paulo José), que tinha problema com bebidas e era alcoólatra.
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A forma como a personagem agia foi rejeitado por boa parte dos telespectadores e ela passou a ser alvo de “haters” com uma campanha na internet.
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Público criou campanha na internet contra a Eduarda de Por Amor
Antes da estreia, o novelista já havia alertado Gabriela Duarte sobre uma possível rejeição à personagem, que era excessivamente mimada pela mãe, Helena (Regina Duarte) e desprezava o pai alcoólatra, Orestes (Paulo José), além de não se opor aos desmandos do noivo Marcelo e da sogra Branca (Susana Vieira).
No site, os telespectadores da novela podiam enviar mensagem para Manoel Carlos pedindo a morte da personagem, além de um jogo em que era possível jogar tomates no rosto de Eduarda.
Atriz se pronunciou após ódio contra personagem
Para contrapor os telespectadores da novela que odiavam Eduarda, foi criado um site — porém com menor repercussão chamado “Eu Adoro a Eduarda”, em que internautas apoiavam a mimada filha de Helena.
A própria Gabriela Duarte chegou a se pronunciar sobre o assunto em entrevista à Folha de S. Paulo de 12 de abril de 1998, quando a novela já se aproximava do fim. Na época, a atriz afirmou que não se sentiu ofendida.
“Nunca me senti pessoalmente atingida. Se a página chamasse Eu Odeio a Gabriela Duarte, ficaria chateada, mas não foi o caso. Eu tenho de dizer que isso tudo criou uma polêmica muito saudável em torno do meu trabalho”, declarou.
Campanha fez autor mudar o final de Por Amor
No entanto, dos fatores fizeram o escritor mudar de ideia e dar outro desfecho para Eduarda.
“A virada de Eduarda, mostrando que ela não é apenas uma menina mimada e arrogante, e a expectativa do público, que prefere ver a personagem feliz, de preferência nos braços de Marcelo, no final da trama”, disse o novelista em entrevista à Folha de S. Paulo na época.
“Sou um autor que ouve a voz das ruas, e as pessoas pedem para que Eduarda não morra”, completou ele.
Com isso, Eduarda não morreu e teve um final feliz junto com Marcelo.