O Câmera Record desta quinta-feira (22/03), às 22h30, exibe entrevista exclusiva com o assassino de Dorothy Stang. Do corredor do Centro de Recuperação do Coqueiro, em Belém, no Pará, surge o homem que ficou mundialmente conhecido em 2005 por matar a ativista norte-americana que defendia a reforma agrária e lutava contra a violência no campo.
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Algemado, Rayfran das Neves Sales, 41 anos, senta-se de frente para a repórter Ana Paula Mello. Tranquilo, diz ter respostas para perguntas que o Brasil e o mundo sempre quiseram fazer a ele. “O outro lado da história ninguém quis saber, a justiça não quis saber, então abafaram tudo isso aí“, diz.
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De acordo com o juiz, que o condenou a 25 anos de prisão pelo crime, Rayfran deu um tiro na região abdominal de Dorothy. Em seguida, quando ela já estava no chão, atirou na nuca e deu mais quatro tiros nas costas. “Tava eu e o outro menino que trabalhava comigo, a gente discutindo com ela e na hora veio ali e… Aconteceu“. “Foi quando no caso ela tirou a Bíblia da bolsa e disse: ‘a minha defesa é esta’. Nessa hora eu me senti ameaçado. Então, eu atirei nela“, assume.
Para a justiça do Pará, formou-se um ‘consórcio’ para assassinar a missionária. Rayfran foi o pistoleiro que sujou as mãos de sangue. Ao lado dele, no dia do crime, estava Clodoaldo Batista, condenado a 17 anos de cadeia. Ambos receberiam 50 mil reais pela morte de Dorothy. Esse dinheiro nunca foi pago. Segundo as autoridades, Almair Feijoli da Cunha intermediou o assassinato. Pegou 18 anos, mas já está em liberdade. Ele era o elo entre dois pistoleiros e os dois mandantes, que, segundo a Justiça, são Vitalmiro Bastos de Moura e Regivaldo Galvão. Vitalmiro foi condenado a 29 anos. Reginaldo a 30.
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Rayfran refuta a decisão da justiça e questiona o resultado do julgamento. “Não teve mandante, eu fiz tudo sozinho“, garante. Autoridades envolvidas no caso e ouvidas pelo programa afirmam que não se pode confiar em tudo que Rayfran diz. Ele já mudou várias vezes o depoimento e versões sobre o crime. O que, segundo estas autoridades, levanta a suspeita dele ter sido ameaçado na cadeia.
A equipe do programa revela, em detalhes, os interesses por trás da morte da missionária Dorothy Stang e por que o assassinato dela foi encomendado. Na entrevista, Rayfran conta também os motivos que o levaram a se envolver com outras duas execuções e tráfico de drogas. Além de abrir o jogo sobre a infância pobre e o abandono dos pais quando ainda era um menino.
E mais: os repórteres – também em entrevista exclusiva – ouviram o que o irmão de Dorothy, David Stang, tem a dizer.