Natural de Arroio Grande, Rio Grande do Sul, Carlos Alberto foi um dos grandes nomes da TV nos anos 1960 e 1970. Galã de novelas da Globo, envolvido em relacionamentos amorosos que renderam disse-me-disse na mídia especializada, Carlos adotou outra profissão quando perdeu espaço na televisão – e inclui-se aqui a saída do elenco da versão original de Pantanal.

Carlos Alberto

Carlos Alberto, nascido em 11 de junho de 1925, subiu ao palco pela primeira vez na Escola de Arte Dramática da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, onde se formou em Geologia e Literatura.

A estreia no cinema se deu em Carnaval Atlântida (1952). Antes de chegar à TV, passou pela rádio Tupi, atuando em radionovelas. A contratação para o Teatro da Equipe Tupi, já na telinha, veio em 1958.

Casal sensação

Yona Magalhães e Carlos Alberto

Nos anos 1960, estrelou duas produções das TVs Rio e Record. Em seguida, partiu para a Globo. Em seu segundo folhetim na casa, Eu Compro Esta Mulher (1966), dividiu a cena com Yoná Magalhães, com quem viria a se casar. Os dois também estiveram juntos em A Sombra de Rebecca (1967), O Homem Proibido (1967) e A Ponta dos Suspiros (1969).

Carlos e Yoná seguiram juntos para a Tupi, em 1970, quando estrelaram Simplesmente Maria. O casamento, marcado pelo assédio de “shipper”, chegou ao fim no ano seguinte.

Os dois voltaram para a Globo em momentos diferentes; ele, como galã de Bravo! (1975), onde pôs em prática seu conhecimento sobre música erudita. Após a trama de Janete Clair, o ator diminuiu o ritmo…

Fora do ar

Bravo

A retirada de Carlos Alberto da TV se deu em meio ao romance que ele tivera com a cantora Maysa; Os dois chegaram a viver juntos em Maricá, Rio de Janeiro – na fase em que a artista lutava contra a depressão. Assim como ela, o parceiro colocava o trabalho em xeque: ele dizia não assistir as produções das quais participava por não se considerar bom ator.

Carlos Alberto voltou à televisão a convite de Herval Rossano, então responsável pela escalação de Dona Beija (1986). A participação nos primeiros capítulos da bem-sucedida empreitada da Manchete rendeu o convite para Novo Amor (1986), no mesmo canal. Em 1989, outro grande trabalho: Chico Viana, em Kananga do Japão. Foi quando surgiu o chamado para Pantanal…

Acidente de trabalho

Claudio Marzo

Cogitado para viver o fazendeiro José Leôncio na segunda fase da novela de Benedito Ruy Barbosa, Carlos acabou rifado, a princípio, por uma queda do cavalo. O próprio confirmou tal versão à revista Amiga:

“Realmente houve esse fato. O cavalo era um reprodutor, empinou e acabou me derrubando. Mas não houve nada de grave”.

Cláudio Marzo, a princípio cotado apenas para Joventino, assumiu também Zé Leôncio e o Velho do Rio – defendidos por Irandhir Santos, Marcos Palmeira e Osmar Prado no remake da Globo.

Os últimos anos

Carlos Alberto

Atendendo a outro convite de Rossano, Carlos Alberto voltou para a Globo, participando de Salomé (1991) e Sonho Meu (1993). Ele também marcou presença nas últimas novelas da Manchete: Tocaia Grande (1995), Xica da Silva (1996), Mandacaru (1997) e Brida (1998). Por fim, saiu de cena com pequenas participações, como em Força de um Desejo (1999) e Chocolate com Pimenta (2003).

Durante o período que esteve distante da televisão, Carlos Alberto trabalhou como fiscal de rendas do Estado do Rio de Janeiro e candidatou-se a prefeito de Maricá.

No final de 2006, o veterano foi diagnosticado com um câncer em estado avançado. Ela faleceu em 6 de maio de 2007, aos 81 anos. Discreto, chegou a pedir para que sua família não divulgasse a doença – e a morte, quando viesse. Carlos deixou esposa e filha.

Em depoimento ao O Globo, em 9 de junho de 2007, a atriz Daisy Lúcidi lamentou a partida do amigo:

“Tínhamos um projeto para fazer uma peça este ano”, revelou.

Thereza Amayo, que trabalhou com ele na Globo e na Tupi, completou:

“Ele era um colega maravilhoso, um ser humano raro”.

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Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor