Cade pede contratos de futebol de Globo/Globosat para investigar “monopólio”
18/04/2017 às 13h30
Há um ano, em maio de 2016, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) abriu uma “apuração informal” contra a Globo e a Globosat para investigar um possível monopólio na transmissão de futebol brasileiro na televisão.
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Na última semana, investigações neste sentido avançaram. Segundo informações obtidas pelo TV História, a Globo foi notificada a enviar documentos oficiais de transações com os clubes para confirmar valores e detalhes.
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Além disso, também foram pedidos os acordos do SporTV e do Premiere, que exibem os torneios nacionais na TV por assinatura e pay-per-view. Não existe processo por enquanto. O Cade argumenta que só está “colhendo informações” sobre o assunto.
Procurada pelo TV História, a Globo diz apenas que não comenta ações do Cade e que “todas as informações solicitadas estão sendo fornecidas diretamente ao órgão”.
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A investigação foi aberta a pedido de concorrentes da Globo, tanto na TV aberta, quanto na TV por assinatura. Elas consideram inaceitáveis algumas práticas que a Globo faz em suas negociações, pensando no livre mercado que deveria existir no Brasil.
As concorrentes ainda reclamam da exibição de partidas perto da meia-noite no meio de semana, algo que também é alvo de parte dos clubes e também de boa parcela do público que vai aos jogos.
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O Cade sempre esteve no pé da Globo. Em 2012, o órgão quase barrou os acertos individuais do canal com os clubes para a exibição de seus jogos de futebol na TV.
Um ano antes, proibiu uma cláusula na licitação do Campeonato Brasileiro que beneficiava uma renovação de contrato de futebol com a Globo.
Além disso, em 2009, o Cade chegou a processar formalmente a Globo por tentar exercer um monopólio sobre direitos esportivos. Na época, o caso foi arquivado e esquecido pelo público.
Hoje, a Globo é a maior financiadora do futebol brasileiro. Só em direitos esportivos, paga mais de R$ 1 bilhão para os clubes. No entanto, com cotas de patrocínio, fatura alto. Só em 2017, com a vendagem de cotas, será quase R$ 1,5 bilhão.
Com investimentos avulsos de placas de publicidade nos jogos e vendas de imagens para clubes, o faturamento chega muito próximo dos R$ 2 bilhões, o que faz o futebol ser o seu negócio mais lucrativo.