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O terror de todo autor de novela é o seu mocinho/mocinha não emplacar e o público pegar aversão pelo protagonista da história. Atualmente, Gloria Perez passa por esse problema em Travessia.
Brisa, personagem de Lucy Alves, tem errado tanto que fica difícil defendê-la. Culpa da trama de Gloria, cheia de furos que fazem a protagonista agir sem lógica. E nem é a primeira vez que a autora passa por esse problema.
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Relaciono abaixo outros 10 casos de mocinhas rejeitadas pelos telespectadores, pela burrice, chatice, antipatia, etc.
Confira:
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Morena (Nanda Costa) em Salve Jorge (2012-2013)
Antes mesmo da estreia, a escalação de Nanda Costa para viver a protagonista Morena foi criticada. Sempre coadjuvante na TV, a atriz já se destacara no cinema, mas estranhou os desavisados. Chegou a ganhar, na internet, o apelido Nada Consta.
Morena fez parte do pacote das várias reclamações do público sobre a novela de Gloria Perez, criticada principalmente pelos furos de roteiro. Ofuscada pela delegada Helô (Giovanna Antonelli), a mocinha traficada funcionou melhor com a amiga Jéssica (Carolina Dieckmann) do que com o par romântico Theo (Rodrigo Lombardi), o Pastheo.
Por fim, Nanda Costa desempenhou muito bem sua personagem e mostrou a segurança das protagonistas até nas cenas que mais lhe exigiam.
Patrícia (Bruna Lombardi) em Louco Amor (1983)
A personagem de Bruna Lombardi começou a novela como a mocinha da trama, formando um par romântico com Fábio Jr. No entanto, no ar, o casal não dava liga. O autor Gilberto Braga desaprovou a atriz e falou sobre a escalação no livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”:
“O escritor depende muito do elenco. Não gostei de trabalhar com a Bruna Lombardi. Ela não deu certo comigo. Não que seja má atriz, só não é da minha praia”, disse.
Patrícia acabou ficando em segundo plano. Luiz Carlos, personagem de Fábio Jr., apaixonou-se por Cláudia (Glória Pires), formando assim um novo par romântico central. Patrícia, por sua vez, enamorou-se de Márcio (Carlos Alberto Riccelli), mas, com a morte do rapaz, foi cada vez mais perdendo importância e cenas na novela, a ponto de aparecer muito pouco na fase final da história.
Márcia (Malu Mader) em O Dono do Mundo (1991)
Pesquisas de opinião apontavam que o público não acreditava que Márcia, uma jovem com curso superior e vivendo no Rio de Janeiro do início da década de 1990, pudesse ser levada na conversa tão facilmente pelo vilão Felipe Barreto (Antônio Fagundes). Nem os autores imaginavam que, na época, virgindade feminina ainda fosse um tabu no país.
Um acontecimento justificou a antipatia do público: depois de várias intrigas para afastar o noivo e tirar a virgindade de Márcia, Felipe não conseguiu o que desejava e chegou a desistir do plano. Foi nesse momento que Márcia bateu à porta de seu quarto se oferecendo para ele.
O público não perdoou essa traição dela ao noivo. Muito mais que a questão da virgindade, foi a falta de lealdade de Márcia que afugentou a simpatia do telespectador. Gilberto Braga comentou:
“O público é estranho. Gostava de Thaís, uma prostituta de boate, e adorava Olga, a cafetina (…) No entanto, odiava a heroína. Passei oito meses tentando fazer com que gostassem dela”, afirmou.
Mariana (Adriana Esteves) em Renascer (1993)
A atriz recebeu muitas críticas por sua atuação como Mariana, seu segundo papel de destaque em uma novela das oito da Globo. De fato, o público não recebeu bem a personagem, de caráter dúbio.
Por causa dessas críticas e do momento pessoal que vivia, Adriana se sentiu pressionada e tão mal que entrou em depressão – o que a levou, posteriormente, a recusar o papel de Babalu em Quatro por Quatro (1994) e a se afastar voluntariamente por dois anos da televisão.
“Foram os anos mais difíceis da minha vida”, desabafou em entrevista à revista Cláudia, em 2016.
A atriz revelou o que sentiu na época à Lázaro Ramos no programa Espelho (do Canal Brasil), em 2013:
“Eu era muito nova e fazia uma protagonista muito grande e complexa em Renascer. Claro que eu não tinha muita maturidade para lidar com o sucesso tão grande de uma protagonista de novela das oito. E o que tudo que isso requer”, disse.
Eduarda (Gabriela Duarte) de Por Amor (1997-1998)
Na época, uma página na Internet foi criada para os que não suportavam a personagem de Gabriela Duarte, a mimada e temperamental Maria Eduarda. Com cerca de 8 mil visitas em menos de um mês, o site alertava: “Exigimos a morte dessa chata o mais rápido possível!”
Só que o mesmo pessoal que queria vê-la morta acabou pedindo para que a personagem ficasse até o fim da história. Foi o excelente trabalho com a sensibilidade de Gabriela Duarte que mudou a opinião do público.
Anos depois, com as constantes reprises da novela, Eduarda mereceu uma revisão pelo público, que passou a encará-la com outros olhos. Muito mais que mimada, a personagem era vítima de um relacionamento tóxico com Marcelo, seu marido, papel de Fábio Assunção.
Regina (Camila Pitanga) em Babilônia (2015)
Outra novela em que as reclamações sobre a heroína da história faziam parte do coro de críticas à produção, que precisou de muitas adequações para tentar agradar ao público, mas não obteve sucesso.
A birra com Regina é porque ela era certinha demais, batalhadora demais, honesta demais e chata demais. Uma espécie de baluarte ao bom-caratismo que ninguém suporta.
Toia (Vanessa Giácomo) em A Regra do Jogo (2015-2016)
Mais uma novela que não cativou o grande público. Entre as várias reclamações, estava a mocinha Toia, não por acaso apelidada nas redes sociais de Chatoia.
A atriz Vanessa Giácomo bem que se esforçou, mas o texto não deixava dúvida: Toia era chata mesmo!
Filomena (Débora Nascimento) em Eta Mundo Bom (2016)
O desempenho de Débora Nascimento como a mocinha Filomena foi tão insuficiente que a atriz acabou tendo sua participação diminuída. Entre as reclamações, o sotaque “bipolar”: Filomena passeou entre o caipira e o português culto sem obter sucesso, comprometendo a personagem.
Com isso, Bianca Bin passou a ter mais destaque com o crescimento de sua Maria, até então coadjuvante em uma trama secundária.
Alice (Giovanna Antonelli) em Sol Nascente (2016-2017)
A rejeição à mocinha estava na escalação de Giovanna para uma personagem que deveria ser vivida por uma atriz com traços orientais. Tudo começou quando o ator Luís Mello foi escolhido para interpretar o japonês Tanaka, levando um ator branco (mestiço na realidade, já que Mello tem ascendência indígena) a se caracterizar de japonês.
Pegou mal e o autor Walther Negrão teve de justificar várias vezes no texto que Tanaka era filho de um japonês com uma americana. Giovanna Antonelli, por sua vez, vivia a filha branca do japonês – na trama da novela, foi explicado que a personagem era sua filha de criação.
Havia um agravante: Antonelli é mulher do diretor artístico da novela, Leonardo Nogueira. Alvo de críticas de grupos de filiação oriental, a Globo foi questionada e cobrada por não ter escalado atores de origem nipônica para os personagens, em vez de remendar com explicações sobre suas ascendências.
Maria da Paz (Juliana Paes) em A Dona do Pedaço (2019)
A atriz foi bastante criticada na passagem de fase, quando sua personagem apareceu rica com um comportamento que não condizia com o da fase anterior. E um sotaque equivocado que mudava a cada cena, o que virou piada na internet.
Por ser extremamente cafona e espalhafatosa, a boleira Maria da Paz ganhou o apelido jocoso de Lady Cake (referência à personagem Lady Kate, de Katiuscia Canoro no humorístico Zorra Total). Por ser burra demais, foi apelidada de A Tonta do Pedaço.