Briga de Estela, Ismael e Bia e um brinde à incrível audiência: a 15ª semana de A Viagem

05/04/2021 às 8h33

Por: Nilson Xavier
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A Viagem – Semana #15

• Um brinde à viagem! A novela passa de sua metade celebrando o sucesso, pois, à época, já alcançava uma incrível média de 52 pontos no Ibope (contra os 43 de Olho no Olho, a atração anterior). Celebração metafórica, na cena em que Otávio levanta o brinde e explica o título da trama de Ivani Ribeiro. Ao público, porque Diná, Tato e Dudu não entenderam muito bem o que ele quis dizer com essa história de “viagem”.

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•  A melhor sequência da semana foi o destempero de Estela sobre Ismael (com toda razão) e, depois, a presença de Bia. Uma cena forte, de impacto e violenta (com troca de bofetões). Todos atores muito bem: Lucinha Lins, Jonas Bloch e Fernanda Rodrigues. Ainda a conscientização de Estela por Alberto e familiares, que explicaram que ela está fazendo tudo errado, que está caindo na teia armada por Ismael para separá-la da filha.

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Estela é dessas personagens muito humanas, com quem o público se identifica facilmente. Talvez por isso seja uma das mais queridas da novela. A cena da conversa de Dona Maroca com Bia é um excelente entrecho de Ivani Ribeiro. Maroca aconselha Bia a observar as atitudes do pai. Como a velha senhora era “fã” do genro, fica mais fácil de plantar a sementinha da dúvida na cabeça da garota.

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• Na semana passada comentei a baixa representatividade negra na novela. Esqueci de citar a atriz Léa Garcia, que aparece com Antônio Pompeo no núcleo do Nosso Lar. Essa semana apareceu mais uma negra em papel minúsculo, de empregada: Dolores, na casa de Otávio, vivida por Vanda Alves, a Méri-Lu de Tieta e a Mary Black de Barriga de Aluguel (também empregadas).

• Zeca e Sofia se casaram, movimentando o núcleo da vila. Chamo a atenção para um detalhe: em cena, o ator Irving São Paulo (o Zeca) toca piano de verdade. Como não é frequente um ator que saiba tocar piano, essas sequências demandam artifícios, como focalizar o ator por trás do instrumento (e ele fazendo movimentos com o corpo), ou focalizar apenas a mão do pianista dublê.

Quanto à atriz Roberta Índio do Brasil (a Sofia), não ficou claro se ela toca violino de verdade. Alguém, confirma? Parece que ela simula e o som é colocado sobre a cena. A propósito, alguém sabe o nome do ator que faz o professor de violino de Sofia? O personagem não tem nem nome, coitado!

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Pela quantidade de suspeitos de pai do filho de Sofia (uns 5, 6) ela não era tão santa assim como a personagem foi pintada no início. Enfim, acho esse plot “o erro”!

• Nunca comentei antes porque estava esperando um momento propício. Eu adoro as cenas de alívio cômico com dona Cininha, inclusive seu imbróglio amoroso com Tibério e a disputa com Fátima. Acho divertidas e penso que se não fossem Nair Bello, Ary Fontoura e Lolita Rodrigues não seria a mesma coisa. No capítulo de sábado descobrimos o nome de Cininha, em sua fala “Hoje eu descubro esse mistério, ou não me chamo Cirena Panzotti!“.

•  Não acredito que passaremos mais umas dez semanas, pelo menos, vendo as mesmas cenas de Téo em situações constrangedoras, sob a influência de Alexandre. Mas confesso que gargalhei quando Téo/Alexandre chamou Agenor de explorador e vagabundo! Foi a melhor cena com o personagem obsediado.

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•  Continuo achando muito sentida a ausência de Laura Cardoso. A trama de Raul fica até perdida sem a sua personagem em cena.

•  Adoro que Rodrigo Maia (o político) participou de A Viagem como o padre que celebra o casamento de Zeca e Sofia! (contém ironia!).

SOBRE O AUTOR
Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira.

SOBRE A COLUNA
Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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