Os critérios para demissões no SBT não são muito bem definidos. Dudu Camargo, por exemplo, foi dispensado recentemente por atos realizados no camarim. Já Caio Mesquita, um dos jurados do Programa Raul Gil, saiu por causa de uma camiseta.

Raul Gil
Reprodução / SBT

Segundo o saxofonista, revelado na atração quando ela ainda era da Record, uma simples camiseta o colocou na rua, juntamente com todo o júri do quadro Jovens Talentos, em 2011.

Caio, Talita Rock e Mauricio Gasperini foram cortados da atração para a entrada de Negra Li e Régis Tadeu. A justificativa na ocasião foi que a direção do programa queria renovar os jurados das competições musicais, o que soou incoerente, já que veteranos como José Messias e Marly Marley permaneceram no ar.

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Merchandising da encrenca

Caio Mesquita
Reprodução / SBT

Uma verdadeira confusão aconteceu na produção e foi provocada pela divulgação de uma marca de roupa.

Segundo Caio Mesquita (foto acima), em conversa com o Vênus Podcast em 2021, uma pessoa externa ao canal começou a pagar para que os artistas da emissora exibissem suas camisetas nos programas. Mas, por algum motivo desconhecido, o caldo foi entornar justamente no show de Raul Gil.

“Tinha um lance lá de marcas de roupa, que a galera começou a pagar para usar marca da roupa. Pagava ‘X’ e usava. Isso pulverizou no SBT de tal forma que todo mundo fazia e em todos os programas. Você vestia uma roupa, com uma marquinha, um simbolozinho e ganhava uma graninha ali, era um complemento do cachê”, contou Caio.

Camiseta da discórdia

Programa Raul Gil - Patricia Abravanel
Divulgação / SBT

Ainda segundo o saxofonista, outras pessoas resolveram promover suas próprias marcas, o que “chateou” o autor da ideia original, que ele nunca conheceu. Um dia, durante a gravação de uma edição da atração de Raul Gil (na foto acima, com Patrícia Abravanel), o pior aconteceu.

“Até que um dia a gente estava numa gravação do programa, desce um diretor lá do SBT, que eu nunca tinha visto na vida… Ele desceu com a gravação rolando, passou no meio do palco, veio na minha mesa e apontou: ‘Tira essa camisa agora senão não continua a gravação’”, relatou.

“Naquele momento, a minha reação automática foi olhar para os meus colegas, porque todos estavam com a mesma marca, da mesma camisa”, completou.

Depois da bronca, o diretor avisou que não seria mais permitido utilizar as roupas com as marcas.

No “olho” da rua

Talita Rock
Reprodução / Web

Segundo relato do músico, ele colocou um casaco e seguiu gravando. Mas a surpresa maior viria na semana seguinte…

“Dias depois veio o desligamento. ‘Não precisa mais vir, a gente vai trocar o júri, deu esse problema aí e não é legal continuar’”, contou Caio Mesquita.

“Só que, junto com o meu desligamento, veio o desligamento de todos os outros que estavam e que não tinham nada a ver com a situação”, afirmou.

Caio se sentiu culpado por ter olhado para os colegas Talita Rock (foto acima) e Mauricio Gasperini na hora da bronca, pois o gesto evidenciou que eles também faziam parte do “esquema”. Ainda conforme o saxofonista detalhou, a prática acontecia livremente em outras atrações, como o Programa do Ratinho e A Praça é Nossa.

Hoje em dia, a estação segue a regra de que qualquer convidado que vá gravar na empresa precisa trajar uma camiseta neutra. E, segundo Mesquita, até hoje ninguém da produção entendeu o que aconteceu, nem o próprio Raul Gil. Devido ao incidente, o músico ficou fora do formato por dois anos, até retornar mais tarde.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor