Para as gravações iniciais de A Vida da Gente, em 2011, ao todo foram mais de 30 dias de viagem, entre Mato Grosso do Sul, Argentina e Rio Grande do Sul. O ponto de partida foi em Bonito (MS), onde Fernanda Vasconcellos e Rafael Cardoso gravaram toda a sequência do primeiro capítulo, quando os personagens admitem que estão apaixonados. “Gravamos cenas subaquáticas em um lago com águas cristalinas. Ficou incrível”, conta o diretor-geral Fabrício Mamberti.
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Em outro extremo, em Ushuaia, na Patagônia Argentina, foi o segundo destino da equipe. Durante uma semana, Ana Beatriz Nogueira e Fernanda Vasconcellos gravaram em lugares como o Trem Del Fim Del Mundo, nos parques, bosques e lagos da região conhecida como “o fim do mundo”.
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“Ushuaia define bem o exílio em que a personagem Ana (Fernanda Vasconcellos) está passando naquele momento da trama”, descreve Mamberti. As locações serviram como cenário para a fase em que a personagem Ana passa uma temporada fora do Brasil com a mãe, Eva (Ana Beatriz Nogueira).
A tenista viaja para Ushuaia quando descobre, no auge de sua carreira, que está grávida de Rodrigo (Rafael Cardoso). “As cenas em Ushuaia foram muito fortes e emocionantes. É o momento da gravidez da personagem”, explica Fernanda.
Logo em seguida, Fernanda e Ana encontraram-se com Gisele Fróes na capital argentina. Em Buenos Aires, durante quatro dias, as atrizes gravaram em San Telmo, Puerto Madero, Caminito, entre outros lugares. “Buenos Aires é um lugar belíssimo, com uma grande tradição no tênis. Aproveitamos para explorar ainda a elegância da capital com belas cenas de tango”, adianta Fabrício.
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O último destino foi o sul do Brasil, onde a equipe e parte do elenco passaram quase duas semanas gravando. Embora a família dos principais personagens seja de São Paulo, é em Porto Alegre e Gramado que a trama se passa. No local, Fernanda Vasconcellos, Nicette Bruno, Sthefany Brito, Rafael Cardoso e Marjorie Estiano gravaram em locais como a Casa de Cultura Mario Quintana, o Mercado Público, o Cais do Porto, o Parque Moinhos de Vento, entre outros cartões postais.
Algumas gravações em Porto Alegre chegaram a movimentar cerca de 70 pessoas, entre elenco, equipe e figuração. No Cais do Porto, as cenas foram a bordo do tradicional barco Cisne Branco, que navegou pelo Rio Guaíba com os personagens Ana e Rodrigo.
Em Gramado, as gravações foram realizadas nos principais pontos turísticos da cidade, como a Rua Borges de Medeiros e a Igreja da Matriz. Na trama, Gramado é a cidade onde mora a doce Iná (Nicette Bruno), avó de Ana e Manu.
A reta final das viagens foi em Canela, cidade vizinha a Gramado. Lá, a direção explorou as belezas naturais, em cenas no Parque da Ferradura com os atores Rafael Cardoso e Fernanda Vasconcellos. Nesta sequência, do primeiro capítulo, os jovens se encontram sozinhos durante uma excursão do colégio. Entre rusgas, implicâncias e alguns elogios, acontece o primeiro beijo.
O museu Castelinho Caracol, também em Canela, serviu como cenário para cenas de Iná e Laudelino. No local, há um famoso apfelstrudel, assado até hoje em um fogão alemão de 1915. Para uma das cenas, a produção de arte ostentou na mesa de chá o tal doce junto com biscoitos ao leite, frutas secas, broas de amendoim, geléias e waffles.
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Cidade cenográfica
A cidade cenográfica de A Vida da Gente já foi projetada para ser dividida entre Porto Alegre e Gramado, onde a trama é ambientada. Na maior parte – dois terços – com 85 mil m2, a equipe de cenografia construiu Porto Alegre, mais especificamente uma área comercial inspirada no bairro Moinhos de Vento.
Diversos ambientes foram projetados com interior para dar ainda mais veracidade às cenas, entre eles um restaurante orgânico, uma cafeteria, o bar Sem Juízo, uma igreja, uma concessionária de automóveis, entre outros. “O grande desafio foi idealizar duas cidades com características tão distintas e que não podem parecer que estão no mesmo espaço físico”, conta um dos cenógrafos, Tadeu Catharino.
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Para Gramado, a equipe priorizou a arquitetura européia do local, assim como um paisagismo bem típico, com heras, trepadeiras e hortênsias, com uma mistura de plantas naturais e artificiais. O piso desta parte da cidade é quase todo de pedra, exatamente como a Gramado real.
“Também usamos os postes e relógios de madeiras que existem por lá”, conta Tadeu. Assim como na parte de Porto Alegre, o interior de diversos ambientes foi desenvolvido, como o salão de dança, a oficina, o bufê da Juju, uma loja de souvenir, entre outros. “Tudo foi feito de forma bem naturalista, respeitando as principais características urbanas de cada local”, completa Tadeu.
A simplicidade e realismo são a base para os quase 70 ambientes que foram projetados em estúdio para a novela. A ideia, segundo a cenógrafa Erika Lovisi, é passar a noção de cotidiano, além de explorar algumas características dos personagens em cada cenário. “A casa da Vitória (Gisele Fróes), por exemplo, transpõe uma certa frieza. Já a da Iná (Nicette Bruno) tem uma vivência amorosa”, exemplifica.
Além da cidade cenográfica, uma quadra de tênis foi construída na Central Globo de Produção especialmente para a novela, assim como parte da arquibancada. O tamanho é o mesmo de uma quadra real de saibro (23,77 m de comprimento e 8,23m de largura). Parte da figuração e os cenários dos estádios serão inseridos ao redor da quadra virtualmente.
Para a realização deste trabalho, a equipe de efeitos visuais da novela, coordenada por Jorge Banda, fotografou diferentes tipos de estádio e modelou as imagens em 3D. A finalização foi feita em uma máquina de composição, para que as imagens reais se unissem às virtuais.