Bom Dia Verônica coloca as séries policiais brasileiras em um novo patamar

16/10/2020 às 12h32

Por: Nilson Xavier
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Perguntado se Bom Dia Verônica tinha referências em séries policiais estrangeiras de sucesso, Raphael Montes (um dos criadores e roteiristas) foi categórico: “Não é um decalque de uma série americana, ela tem a sua autenticidade.” A fala aconteceu em entrevista a Murilo Ribeiro, em seu programa Fala Muka, no Youtube.

Bom Dia Verônica coloca as séries policiais brasileiras em um novo patamar. Baseada no romance homônimo escrito por Raphael Montes e Ilana Casoy, a série “não deve nada às melhores estrangeiras” (clichê, eu sei). Não falo apenas da trama empolgante (ideal para fazer binge watching, maratonar) somada a algumas viradas na história (plot-twists), recursos já explorados por aqui.

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A trama trata da investigação de um serial killer por uma policial. Mas não apenas isso, você verá ao longo dos episódios. À medida que o roteiro se desenrola, novas subtramas surgem. A costura da narrativa avança gradualmente, atinge o clímax e, ao final, nem todos os arcos se fecham, dando margem a novas temporadas.

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Há ainda temas urgentes abordados, como a corrupção na polícia, violência doméstica e domínio psicológico. A produção – direção, edição, fotografia, atuação do elenco – é de primeira. O DNA nacional de Bom Dia Verônica – a autenticidade que Raphael Montes cita – está em alguns elementos com características nacionais.

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Porém o autor reconhece que referências a séries de fora são inevitáveis. Questionei sobre outras atrações com serial killers (como Mindhunter e Inacreditável) e Montes citou True Detective, a islandesa Trapped (já viu? veja! tem na Netflix) e Hitchcock – especificamente na cena tensa do terceiro episódio em que Verônica (Tainá Müller) conversa com Janete (Camila Morgado) na casa dela.

E que elenco! Tainá Müller cresce ao longo dos episódios. Camila Morgado em uma das melhores interpretações de sua carreira – foi uma aposta, a produção procurava uma atriz mais jovem. Eduardo Moscovis dá medo com seu personagem. Antônio Grassi é outro ator em um grande momento. Críticas? O som é estranho nos primeiros episódios, às vezes não dá para entender o que os personagens falam, problema resolvido já antes da metade.

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Bom dia Verônica

Série original Netflix
Produção Zola Filmes
Criada por Raphael Montes
Roteiro: Raphael Montes, Ilana Casoy, Gustavo Bragança, Carol Garcia e Davi Kolb
Baseada no livro de Raphael Montes e Ilana Casoy
Direção: José Henrique Fonseca, Izabel Jaguaribe e Rog Souza
Direção geral: José Henrique Fonseca
Produtores Executivos: José Henrique Fonseca, Eduardo Pop, Raphael Montes e Ilana Casoy
Direção de fotografia: Flávio Zangrandi e Rodrigo Monte
Música: Dado Villa-Lobos e Roberto Schilling
Edição: Yan Mota
Gerência de produção: Beto Bruno
Direção de arte: Marlise Storchi
Figurino: Marina Franco

SOBRE O AUTOR
Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira.

SOBRE A COLUNA
Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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