Marcada pela paixão fulminante entre seus protagonistas, Mandala estreava há exatamente 33 anos, em 12 de outubro de 1987, no horário das oito da Rede Globo.
Estrelada por Vera Fischer e o jovem Felipe Camargo, além de contar com nomes como Nuno Leal Maia, Perry Salles e muitos outros, Mandala não teve uma trajetória fácil.
Baseada na tragédia grega Édipo Rei, a trama teve duas fases. Na primeira, que se passava em 1961, a estudante Jocasta (Giulia Gam) se envolve com o místico Laio (Taumaturgo Ferreira). Ela fica grávida e assusta o parceiro, que acaba sumindo com a criança com a cumplicidade de Argemiro (Marco Antônio Pâmio).
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Vinte e cinco anos depois, Jocasta (agora Vera Fischer) é bem-sucedida, mas busca o filho desaparecido. Separada de Laio (Perry Salles), acaba encontrando Édipo (Felipe Camargo) em uma estrada. Após uma discussão com o rapaz, Laio despenca de uma ribanceira e morre.
Jocasta se apaixona por Édipo, sem sonhar que se trata de seu filho. Além disso, destacam-se na trama o confronto entre o bem e o mal, representados por Édipo e Argemiro (agora Carlos Augusto Strazzer, foto acima), e o bicheiro Tony Carrado (Nuno Leal Maia), apaixonado pela protagonista.
Problemas com a Censura
O regime militar já havia acabado, mas a Censura ainda existia. E ela implicou com os temas de Mandala, considerada imprópria o horário. A novela tinha incesto, aborto, uso de drogas, violência e bissexualidade, entre outros temas.
Para a história não ser proibida, a Globo se comprometeu a fazer modificações na sinopse original. O beijo entre Jocasta e Édipo, que causou polêmica em todo o Brasil, quase foi vetado, mas aconteceu porque os personagens desconheciam sua condição e mãe e filho.
Dias Gomes escreveu Mandala até o capítulo 35, deixando o comando, após isso, com Marcílio Moraes. Lauro César Muniz ainda colaborou com os capítulos finais. A situação já estava prevista desde o início, somente foi antecipada por conta de uma doença sofrida pelo autor.
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Paixão avassaladora
Mandala também ficou marcada pelo início do romance entre Vera Fischer, 36 anos e musa nacional, e Felipe Camargo, 27 anos e ainda engrenando na carreira.
Os dois se conheceram nas gravações da trama e a paixão foi arrebatadora, ganhando as manchetes dos jornais e revistas da época. Vera era casada com Perry Salles, ator que também estava em Mandala, e acabou se separando dele para ficar com Felipe.
O casamento veio em 1988 e parecia feliz. Mas aí, começaram os problemas, agravados nos anos seguintes, até a separação, ocorrida em 1994.
Por essas e outras polêmicas, Mandala nunca foi reprisada pela Rede Globo e dificilmente será exibida pelo canal Viva.