A uma semana da estreia do “BBB 21”, Tiago Leifert deu uma declaração que repercutiu bastante negativamente: “Detesto a rede do passarinho. Eu já saí de lá e acho que todo mundo deveria sair também. Mas eu queria ter um outro canal de comunicação com vocês, principalmente durante o BBB, que não fosse a rede do passarinho. Uma coisa mais ágil, mas que também não tenha um monte de gente trollando e xingando. Um lugar mais seguro, disse o apresentador. E não é difícil saber a razão da reclamação.

Desde que assumiu o comando do “Big Brother Brasil”, na décima sétima edição, Leifert vem sofrendo cada vez mais críticas na rede social que mais repercute o reality show. Entretanto, tudo começou mais especificamente no “BBB 16”, a última edição apresentada por Pedro Bial. Na temporada, houve uma grande polêmica em torno da briga entre Ana Paula Renault e Laércio. Isso porque a marcante participante não tolerava o jeito que o colega, de 53 anos, olhava para as meninas da casa. Em fevereiro, o jogador foi eliminado e em maio acabou preso por pedofilia e condenado a 12 anos de prisão.

Tiago, até então um mero espectador e ainda com uma conta no Twitter, logo defendeu Laércio enquanto estava no jogo. Criticou Ana Paula e chegou a dizer que quem estava em um reality de exposição não poderia reclamar de quem a observava. Até hoje essa sua defesa repercute na rede através de prints antigos. Quando assumiu o “BBB”, em 2017, custou a encontrar o tom, mas segurou bem o comando. Porém, não demorou muito para deixar sua parcialidade descarada sobressair e ainda passou a narrar os acontecimentos do jogo de acordo com a sua ótica, impedindo uma interpretação de cada um através dos momentos exibidos no programa. A atitude também gerou uma avalanche de críticas que seguem até hoje.

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O conjunto ficou ainda pior no traumático e fracassado “BBB 19”. Em um jogo de participantes apáticos, o público premiou uma jogadora que tinha proferido uma sucessão de comentários racistas e de intolerância religiosa na casa. Tiago nunca escondeu sua predileção pela vencedora Paula e ainda fez um discurso repugnante para premiá-la. O apresentador disse que a ganhadora teve a “audácia de ser imperfeita e a ousadia de ser real”. Não só justificou todas as declarações racistas, como defendeu Paula das críticas merecidas. O Twitter ficou repleto de mensagens de ódio e indignação pelo discurso deprimente do apresentador. Tiago não aguentou e desativou sua conta no mesmo ano.

Mas o atual comandante do reality de maior sucesso do país nunca mudou seu comportamento, mesmo diante de tantas críticas. Ele jura que está certo em tudo. Nunca houve um pedido de desculpas ou um “eu errei neste ponto”. Prefere atacar os usuários do Twitter. Vale lembrar que sua parcialidade explícita também foi vista ano passado, durante o fenômeno do “BBB 20”. Vide sua defesa desesperada de Hadson e o time dos chamados “machos escrotos” da casa, que tiveram o plano de seduzir as mulheres comprometidas para ‘queimá-las’ desmascarado por Marcela e Gizelly. O apresentador tentou defendê-los dizendo que as participantes tinham entendido errado o que eles queriam dizer. Um absurdo, mas que desta vez não deu em nada. O público escorraçou os homens com votações recordes.

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Aliás, Leifert fala mal do Twitter, mas se gaba até hoje dos mais de um bilhão e meio de votos alcançado pela vigésima edição. É graças ao Twitter que os ‘mutirões’ de votos são organizados com imensos fandons e torcidas organizadas de participantes. Claro que a rede representa apenas uma bolha, mas é de vital importância para o êxito de qualquer reality show e faz diferença na quantidade de votos. É também através da plataforma que as reclamações do público são ouvidas, assim como apontamentos de erros em provas do líder, do anjo, entre outras. Em suma, é uma rede onde a cobrança é constante. Se as câmeras filmam os participantes 24 horas, a produção é vigiada o tempo todo pelos ‘twitteiros’.

Tiago Leifert criticar o Twitter perto da estreia de um novo “BBB” expõe uma boa parcela de burrice e cinismo. Está cuspindo no prato que o reality come. Esperto é o diretor Boninho que tem usado cada vez mais as redes a seu favor para crescer a repercussão do “BBB 21”. Já o apresentador mostra que nunca soube lidar com críticas e prefere criar um grupo de bajuladores restrito que jamais refletirá a opinião popular. Tem muito o que aprender ainda.

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Sérgio Santos é apaixonado por TV e está sempre de olho nos detalhes. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor