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Não foi só o jornalismo que se beneficiou durante a pandemia do novo coronavírus. Há muito tempo que a televisão brasileira não recebia tão bem os realities shows. Muito além de A Fazenda 12, Globo e Multishow também se beneficiaram do súbito interesse do público pelo gênero e tiveram marcas respeitáveis com seus formatos.
Um bom elenco e a temporada acidentalmente coincidente com o início das medidas de isolamento social foram a receita do sucesso para a 20ª temporada do Big Brother Brasil. O reality da Globo relembrou as audiências de seus tempos áureos e, acredite, conseguiu entrar para a história como o programa de TV mundial com maior mobilização em uma votação — 1.532.944.377 bilhões de votos no paredão entre Mari Gonzalez, Felipe Prior e Manu Gavassi.
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Em julho, já com o isolamento começando a ser afrouxado, foi a vez do Multishow tentar surfar na onda das experiências sociais. Se Sobreviver, Case conseguiu cumprir bem o seu objetivo, e se tornou um sucesso de audiência e nas redes sociais. O programa, que bebia na mesma fonte do fenômeno Largados e Pelados, conseguiu até mesmo ser elogiado pela crítica especializada.
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No início do mês, foi a vez da 12ª temporada de A Fazenda desembarcar na programação da Record. O programa rural de Marcos Mion sequer completou um mês no ar e é responsável por feitos de gente grande. Do flerte com o sexto lugar nas noites de sábado, a emissora passou a disputar a liderança durante a exibição do reality.
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É claro que os bons elencos das três competições ajudaram a provocar mais interesse no público. Isso chega a ser indiscutível, por sinal. A Fazenda e o BBB certamente tiveram em 2020 alguns dos participantes mais marcantes da história dos formatos. Mas será que eles teriam feito tanto sucesso em situações normais?
Particularmente, aposto que não. Com a pandemia, os realities se tornaram a única lembrança acessível daquilo que nós considerávamos ser “normal” até março. Mais do que isso, o gênero é uma das poucas opções inéditas em meio a uma televisão entupida de programas jornalísticos e reprises diversas.
Arrisco dizer que a questão emocional também contribuiu para o repentino crescimento dos realities. Afinal de contas, como não olhar para as festas e para as aglomerações sem restrições e não sentir um pouquinho de inveja daquilo ali?
Por fim, é claro que tem aquele fator bem conhecido… o brasileiro é fofoqueiro por natureza, por mais que negue isso. As audiências de A Hora da Venenosa, A Tarde é Sua, Fofocalizando (in memorian) e de outros programas do gênero provam a minha teoria.
Com as celebridades tendo que fingir que estão respeitando o isolamento social, como a população pode cuidar da vida alheia? Pois é, caro leitor. A nossa única alternativa pra fofocar passou a ser fazer pipoca para assistir A Fazenda e torcer pelas intrigas de Cartolouco e companhia.