SEM ACORDO

Bateu o pé: após ser rebaixado, autor se negou a fazer remake para a Globo

Sonia Braga em Dancin' Days

Sonia Braga em Dancin' Days

Vemos atualmente uma onde de remakes na televisão brasileira, especialmente na Globo, que, nos últimos anos, refez tramas como Pantanal (1990), Elas por Elas (1982) e Renascer (1993), entre outras.

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Um fenômeno parecido aconteceu nos anos 1990, quando a emissora emendou uma série de novas versões de tramas antigas, como visto em Mulheres de Areia (1993), A Viagem (1994), Irmãos Coragem (1995), Anjo Mau (1997) e Pecado Capital (1998), entre outras.

Mas um autor, em especial, se recusou a fazer um remake que era pretendido pela direção da emissora, ainda mais depois que se sentiu rebaixado por conta da medida.

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Nada feito

Gilberto Braga

Em 1998, enquanto colocava um ponto final na minissérie Labirinto, Gilberto Braga ensaiava voltar à faixa das oito com o remake de uma de suas maiores obras.

Estamos falando de Dancin’ Days, que fez um estrondoso sucesso na Globo entre 1978 e 1979.

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O autor ofereceu a ideia para o canal, que a recebeu com simpatia. No entanto, Marluce Dias da Silva, que havia assumido como diretora geral no lugar de Boni, queria que a novela fosse exibida das seis.

Justificativa

Assim, aconteceu uma queda de braço entre a executiva e o autor, mas nenhum dos dois saiu vitorioso.

Na biografia do autor, escrita por Maurício Stycer e Artur Xexéo, o novelista explicou, sucintamente, o motivo da recusa: “Não dá, é a história da ascensão de uma puta”.

Rebaixamento

Malu Mader em Força de um Desejo

Sem acordo, Gilberto Braga desistiu da ideia e acabou fazendo outra trama para a faixa, Força de um Desejo, que estreou em maio de 1999.

A sinopse havia sido escrita por Alcides Nogueira e estava engavetada há anos. O autor, então, uniu-se ao colega e escreveu a história, que foi elogiada pela crítica, mas acabou nã conquistando boa audiência.

“De certa forma, eu me senti rebaixado quando me escalaram para o horário das seis. Para piorar a situação, Força de um Desejo não atingiu a audiência que a emissora queria”, explicou o autor ao livro A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo, de André Bernardo e Cíntia Lopes.

“Tenho bastante orgulho da novela, embora ela não tenha alcançado boa audiência para o horário. A audiência era medíocre”, afirmou o novelista em outra obra, o livro Autores: Histórias da Teledramaturgia.

“Era mais baixa do que a de novelas que eu, particularmente, considerava fracas. Isso era preocupante. Força de um Desejo era uma novela sobre a qual eu só ouvia elogios, não conhecia ninguém que não estivesse gostando”, lamentou.

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