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Bateu o pé: após ser rebaixado, autor se negou a fazer remake para a Globo
22/12/2024 às 18h18
Vemos atualmente uma onde de remakes na televisão brasileira, especialmente na Globo, que, nos últimos anos, refez tramas como Pantanal (1990), Elas por Elas (1982) e Renascer (1993), entre outras.
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Um fenômeno parecido aconteceu nos anos 1990, quando a emissora emendou uma série de novas versões de tramas antigas, como visto em Mulheres de Areia (1993), A Viagem (1994), Irmãos Coragem (1995), Anjo Mau (1997) e Pecado Capital (1998), entre outras.
Mas um autor, em especial, se recusou a fazer um remake que era pretendido pela direção da emissora, ainda mais depois que se sentiu rebaixado por conta da medida.
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Nada feito
Em 1998, enquanto colocava um ponto final na minissérie Labirinto, Gilberto Braga ensaiava voltar à faixa das oito com o remake de uma de suas maiores obras.
Estamos falando de Dancin’ Days, que fez um estrondoso sucesso na Globo entre 1978 e 1979.
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O autor ofereceu a ideia para o canal, que a recebeu com simpatia. No entanto, Marluce Dias da Silva, que havia assumido como diretora geral no lugar de Boni, queria que a novela fosse exibida das seis.
Justificativa
Assim, aconteceu uma queda de braço entre a executiva e o autor, mas nenhum dos dois saiu vitorioso.
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Na biografia do autor, escrita por Maurício Stycer e Artur Xexéo, o novelista explicou, sucintamente, o motivo da recusa: “Não dá, é a história da ascensão de uma puta”.
Rebaixamento
A sinopse havia sido escrita por Alcides Nogueira e estava engavetada há anos. O autor, então, uniu-se ao colega e escreveu a história, que foi elogiada pela crítica, mas acabou nã conquistando boa audiência.
“De certa forma, eu me senti rebaixado quando me escalaram para o horário das seis. Para piorar a situação, Força de um Desejo não atingiu a audiência que a emissora queria”, explicou o autor ao livro A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo, de André Bernardo e Cíntia Lopes.
“Tenho bastante orgulho da novela, embora ela não tenha alcançado boa audiência para o horário. A audiência era medíocre”, afirmou o novelista em outra obra, o livro Autores: Histórias da Teledramaturgia.
“Era mais baixa do que a de novelas que eu, particularmente, considerava fracas. Isso era preocupante. Força de um Desejo era uma novela sobre a qual eu só ouvia elogios, não conhecia ninguém que não estivesse gostando”, lamentou.