Bárbara, de Da Cor do Pecado, foi a primeira loura diabólica de João Emanuel Carneiro

25/04/2021 às 12h06

Por: Sergio Santos
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Giovana Antonelli e Felipe Latgé em Da Cor do Pecado (Divulgação / Globo)

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As vilãs fazem parte dos filmes, novelas, livros, enfim, de toda obra ficcional, ou pelo menos quase todas. Normalmente são estas personagens que acabam se destacando, pois, além de serem tipos interessantes, movimentam as histórias.

Um dos maiores sucessos de Avenida Brasil foi, sem dúvida, Carminha, vilã interpretada magistralmente por Adriana Esteves. Assustando o telespectador desde o primeiro capítulo, praticando as maiores atrocidades em cima de uma sofrida criança, Carmen Lúcia já mostrou, de cara, que seria um marco na história da teledramaturgia.

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Com o passar dos capítulos, este fato apenas se comprovando, tornando Carminha inesquecível. A personagem humilhou, gritou, sofreu, tripudiou, traiu, dissimulou, enterrou a rival viva, matou e fez tudo o que há de pior na novela.

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Mas bastava olhar o passado de João Emanuel Carneiro para ter a certeza que Adriana estava recebendo um grande papel. Apesar de não ter muitas tramas no currículo na época, ele mostrou ao telespectador que sabe criar víboras como poucos. Afinal, não dá para não lembrar de Bárbara em Da Cor do Pecado, Leona em Cobras & Lagartos e Flora em A Favorita.

Em 2004, escrevendo sua primeira novela na Rede Globo, Da Cor do Pecado, sendo supervisionada por Silvio de Abreu e que agora está sendo exibida pelo canal Viva, João criou Bárbara, uma mulher interesseira e racista que se viu indignada ao perder seu namorado (que traía, é bom lembrar) para uma mulher negra e pobre (Preta – Taís Araújo).

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A personagem foi brilhantemente vivida pela Giovanna Antonelli, que já estava estigmatizada pelas ‘boazinhas’ antes ser presenteada com esta mau-caráter. Além das características citadas, Bárbara ainda humilhava seu filho, uma criança sem autoestima, gordinha e ‘nerd’. Apesar de ter sido uma trama exibida às 19 horas, as maldades não eram nada leves e naquela época o politicamente correto ainda não estava tão presente.

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Em 2006, ainda no mesmo horário, o autor lançou Cobras & Lagartos, desta vez sem um supervisor. A novela repetiu o sucesso da sua história anterior e o público conheceu Leona, uma patricinha arrogante e ambiciosa.

Pode-se dizer que foi o último grande desempenho de Carolina Dieckmann em uma novela. A atriz conseguiu convencer na pele da personagem que morria de inveja de Bel (protagonista interpretada pela ótima Mariana Ximenes). A parceria com Henri Castelli, o vilão Estevão, foi bem-sucedida e ambos tinham química em cena. Foi mais uma personagem bem escrita e interpretada.

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Obviamente que não temos como falar de vilãs e de João Emanuel Carneiro sem citar a inesquecível Flora, de A Favorita (2008), a estreia do autor no horário nobre.

Patrícia Pillar viveu o ápice de sua carreira ao viver esta psicopata que enganou todos os telespectadores e personagens com maestria. Flora foi uma vilã que, graças à genialidade do criador, começou sendo vista como mocinha para só se revelar um verdadeiro demônio quando todos já estavam torcendo por ela.

A sequência de terror psicológico, onde a peste mata Gonçalo (Mauro Mendonça), é antológica. Sempre será um tipo lembrado por todos os apaixonados por teledramaturgia e até pelos que não morrem de amores por novelas.

Depois, ainda vieram a Atena (novamente Giovanna Antonelli), de A Regra do Jogo, e a Laureta (novamente Adriana Esteves), de Segundo Sol. O que será que o autor está preparando para Olho no Olho?

João Emanuel Carneiro já se mostrou um grande criador de vilãs, tendo uma clara preferência pelas louras perversas. E, não há como negar, o público ama odiar todas elas.

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