Hotel e bandidos trapalhões: “avó” de Pega Pega terminava há 42 anos na Globo

A Globo está exibindo no horário das sete uma edição especial da novela Pega Pega, que obteve bons índices de audiência em 2017. Boa parte da trama está concentrada no Carioca Palace, hotel cinco estrelas localizado no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ). Há exatamente 42 anos, a emissora terminava outra novela ambientada em um hotel, no mesmo horário, inclusive envolvendo alguns crimes. Mas as semelhanças param por aí.

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Trata-se de Feijão Maravilha, de Bráulio Pedroso, exibida entre 19 de março e 4 de agosto de 1979, em 124 capítulos. A novela, que fez várias homenagens às chanchadas, tinha como principal cenário o Hotel Internacional, no Rio de Janeiro, com destaque para a recepcionista Eliana (Lucélia Santos), o trambiqueiro Anselmo (Stepan Nercessian) e os funcionários Benevides (Grande Otelo) e Oscar (Olney Cazarré).

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Entre os hóspedes do hotel estavam alguns criminosos, como o mafioso Ambrósio (José Lewgoy) e os contrabandistas desastrados Neném Minhoca (Older Cazarré), Scarface (Walter D’Ávila), Coruja (Ivan Setta) e Formoso (Felipe Carone).

Todos temiam o poderoso Sombra, figura misteriosa para quem Ambrósio trabalhava sigilosamente – no último capítulo, descobre-se que se tratava de Ambrásio, irmão gêmeo de Ambrósio, quem agiam em conjunto. Outro destaque da novela foi Clarice Piovesan, que viveu Marilyn Meyer, aspirante a atriz de Hollywood e amante de Ambrósio.

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Feijão Maravilha ficou marcada na história da televisão brasileira por fixar definitivamente o humor nas novelas da faixa das 19 horas. A trama contou com vários atores das chanchadas da Atlântida – produtora cinematográfica que fez sucesso nos anos 1950 – e, inclusive, foram exibidos trechos de filmes como se fossem flashbacks de seus próprios personagens.

A novela também teve participações especiais, como de Francisco Cuoco, Zico, Sócrates, Adelzon Alves, Chico Anysio (vivendo a personagem Salomé, de Passo Fundo, que telefonava para o presidente João Figueiredo), entre outros.

Em Pega Pega, de Claudia Souto, o assalto ao Carioca Hotel deflagra uma série de acontecimentos, virando de cabeça para baixo a vida dos personagens: o amor arrebatador do empresário pela herdeira do hotel é posto à prova por conta do roubo; quatro funcionários que nunca pensaram em ser ladrões se envolvem no crime milionário, perdendo a paz e a tranquilidade; um ricaço se vê sem nenhum centavo, tendo que se adaptar à nova realidade; e a policial que investiga o caso se apaixona por um dos meliantes, sendo correspondida por ele.

O assalto, em que quarenta milhões de dólares são levados do cofre do hotel, causa todo este rebuliço, fortalecendo relações e valores e discutindo ética com humor e leveza.

Em entrevista ao nosso colunista Nilson Xavier, a autora falou sobre as comparações entre as duas tramas. “Pega Pega é uma comédia romântica com doses policiais. Feijão Maravilha era diferente, uma chanchada divertida, que beirava o nonsense, remetia às chanchadas da Atlântida”, destacou.

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