Nem tudo deu certo no remake de Mulheres de Areia, exibido entre fevereiro e setembro de 1993 pela Globo.
O ator Evandro Mesquita foi afastado durante a trama por imposição da autora Ivani Ribeiro.
Importante personagem de O Espantalho, novela da autora produzida pela TVS em 1977 e que teve trechos de sua história incorporados em Mulheres de Areia, Joel era o namorado de Tônia (Andréa Beltrão).
Tratava-se de um sujeito de caráter duvidoso, quase um vilão. Porém, Ivani não gostou do tom debochado, quase cômico, que Evandro tentou imprimir em Joel, que acabou se despedindo da trama no capítulo 65.
Escolha errada
Ao jornal O Globo de 7 de abril de 1993, Solange Castro Neves, colaboradora de Ivani, confirmou que foi a autora que determinou a saída do personagem.
Ela também citou que a veterana achava que o último vértice do triângulo amoroso, formado por Virgílio (Raul Cortez) e Tônia, deveria ser interpretado por um “tipo mais velho, mais forte”.
Evandro, evidentemente, não gostou do ocorrido, ainda mais da forma como tudo ocorreu.
“Não fiquei chateado com esse episódio. Tenho confiança no meu trabalho e sei que o personagem estava fazendo sucesso porque o público me abordava nas ruas. Quando me deram o papel, me disseram que eu teria que fazer um tipo simplório e bronco. Ora, se a Ivani queria um cara mais velho, que chamasse o Cid Moreira”, disparou.
Para ocupar o lugar de Joel na trama, foi criado o personagem Vitor, vivido pelo então novato Oscar Magrini.
Ecologista e fotógrafo nas horas vagas, o Vitor voltava a Pontal D’Areia para cobrar uma dívida do primo, Joel.
Foi o primeiro namorado de Tônia e seu retorno reacendeu a antiga paixão.
“Será um desafio entrar no meio da novela porque a trama está toda desenvolvida. Eu adoro o que faço e vou me empenhar ao máximo, como fiz com o Marco. Era um papel pequeno que cresceu bastante. Por causa desse trabalho, o diretor Wolf Maya me convidou para participar de Mulheres de Areia”, contou o ator ao jornal O Globo de 6 de abril de 1993, citando sua estreia nas novelas, em Deus nos Acuda, no ano anterior.
