Vai na Fé foi um grande sucesso de audiência que devolveu o brilho da faixa das 19h da Globo. A sua história envolvente e atual agradou e os personagens caíram no gosto popular. No entanto, o folhetim teve algumas controvérsias.
Duas das figuras que marcaram a trama e angariaram uma grande torcida foi o casal Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman), que finalmente conquistaram um final feliz após tanta luta.
Só que, para essa união ser selada, o público precisou reclamar muito nas redes sociais. Isso porque a direção da Globo, em um uma atitude contrária ao que andou pregando nos últimos tempos sobre diversidade, censurou o casal.
Rosane Svartman, a autora, escreveu diversas manifestações de carinho entre as duas personagens que chegaram a ser gravadas. Porém, essas cenas foram prontamente cortadas na edição. A novelista falou sobre o assunto.
[anuncio_1]
Novelista se explicou
A autora de Vai na Fé, de olho nas reclamações do público na internet, rapidamente se defendeu a afirmou que a censura não era culpa sua.
“De uma página de roteiro vem o trabalho de centenas de pessoas. E depois isso vai ser assistido por milhões de pessoas. E eu não tenho mais controle sobre o que acontece na minha página de roteiro quando ele sai das minhas mãos”, justificou ao Notícias da TV no dia da exibição do último capítulo do melodrama.
Apesar dos cortes, a escritora afirmou que o desenvolvimento da paixão das duas moças não foi alterado nem por ela, nem pela emissora.
“O arco delas, a história, do ponto de vista afetivo, tudo isso foi contado e está sendo contado com todo carinho, desde a sinopse, sabe?”, afirmou.
Leia também: Narrador chorou ao vivo após perder parceiro: “Não tinha condições”
Por que a Globo censurou Clara e Helena em Vai na Fé?
Indagada sobre os motivos que levaram o canal a tomar tal atitude, ela afirmou desconhecer. Mas, de acordo com o informado pelo portal Notícias da TV, a ordem do corte teria vindo de Amauri Soares, novo diretor dos Estúdios Globo.
O propósito foi não afugentar os telespectadores mais conservadores que assistiam ao folhetim, já que Vai na Fé conquistou um público mais tradicional e evangélico.
“Realmente, me perguntam o porquê, mas eu não sei, não tenho uma resposta… Mas te garanto que a gente escreve com todo o carinho, com todo o respeito e com todo o amor a essas personagens. E isso, o arco delas, os dramas, tudo isso está lá”, explicou.
[anuncio_3]
Atriz ficou frustrada com censura
A censura aos beijos entre Clara e Helena frustrou até mesmo a atriz Regiane Alves. Quando a cena de troca de carinho entre as personagens finalmente foi ao ar, ela comemorou, mas admitiu que isso só havia sido possível graças à pressão popular.
“O beijo exibido em capítulo do último dia 21 [de junho]. Foi muito aceito. As pessoas amaram. A gente ficou muito feliz, já que foi uma conquista de todos. É triste, depois de dez anos do beijo entre os personagens do Mateus Solano e do Thiago Fragoso [em Amor à Vida, em 2014], ainda ter que discutir sobre mostrar um beijo na TV”, desabafou.
“O beijo só aconteceu porque a comunidade se juntou, foi para a internet e reclamou. Foram ouvidos, é uma grande conquista. Eu já sabia que era uma personagem que se envolveria com uma mulher, mas que, antes, deveria ter uma relação complicada com o marido para que o público comprasse a ideia”, encerrou.
