Autora abre o jogo e revela de quem é a culpa pelo fracasso de Travessia

Travessia - Chay Suede, Drica Moraes e Lucy Alves

Na reta final, Travessia não deverá figurar na memória afetiva do público. Na verdade, a trama deve ser lembrada mesmo como o maior fiasco da carreira de Gloria Perez. Não somente pela audiência em si, mas também pelo enredo, cheio de falhas e pouco empolgante.

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No entanto, a autora tem uma boa explicação para justificar tamanho fracasso. Para ela, Travessia não funcionou porque entrou no ar antes da hora. Inicialmente, a trama estava prevista para estrear apenas em janeiro de 2023, após Todas as Flores.

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Mas, como a obra de João Emanuel Carneiro foi movida para o Globoplay, Gloria se viu obrigada a adiantar os trabalhos. E se deu mal…

Culpa do calendário

Em entrevista ao site F5, da Folha de S. Paulo, Gloria Perez analisou a trajetória de sua novela. Para ela, um dos problemas de Travessia foi ter estreado antes da data prevista. Com a decisão da direção da Globo de realocar Todas as Flores no streaming, a autora precisou adiantar seu trabalho.

Além disso, Gloria também confessou que todo o desenvolvimento da novela se deu num “contexto atípico”, por conta da pandemia da Covid-19. A novelista revelou que os anos lidando com o coronavirus afetaram o seu trabalho.

“Por estarmos ainda naquele período de Covid atuante, não pude fazer a pesquisa da maneira que sempre faço. Também não consegui estar envolvida com os atores e a produção da maneira de sempre”, lamentou.

Missão cumprida

João Miguel Júnior / Globo

Mas, apesar de todas estas dificuldades, Gloria considera que conseguiu cumprir seu principal objetivo, que era discutir como a tecnologia tem afetado cada vez mais o cotidiano das pessoas. Neste contexto, ela defendeu a maneira como inseriu o caso das fake news em seu enredo.

“Aqui, a fake news é só uma versão moderna das motivações que costumam mudar radicalmente as vidas de personagens de todas as novelas”, explicou.

“[Pode ser] uma morte, no caso de um pai, como em Avenida Brasil; um exame trocado, como em Bom Sucesso; uma troca de bebês, como em Por Amor; uma má pontaria, como em Além da Ilusão etc”, comparou.

Até mesmo a trama do robô Haroldo, duramente criticada nas redes sociais, foi apontada pela autora como um ponto positivo de sua obra.

“Outros pontos são a discussão sobre a inteligência artificial e seu avanço sobre os empregos humanos, através da relação entre o robô Haroldo e seu Joel [Nando Cunha] e, por último, como o mundo do crime se adaptou aos novos meios tecnologia, com a história da Karina [Danielle Olímpia]”, analisou.

Caso real?

Reprodução / Instagram

Nos capítulos finais de Travessia, Chiara (Jade Picon) passou a buscar uma família que pudesse adotar seu filho. A jovem engravidou de Ari (Chay Suede), que se revelou um bandido que roubou sua família. Por isso, ela não quer criar a criança.

Nas redes sociais, muitos viram semelhança entre a história de Chiara com a atriz Klara Castanho (foto acima), que engravidou após uma violência sexual e entregou o bebê para a adoção. Porém, Gloria negou a inspiração, afirmando que a sinopse de Travessia é anterior a todos estes acontecimentos.

“A trama de Chiara é uma clássica dos folhetins de todos os tempos: mães que rejeitam filhos, nascidos ou não, filhos que rejeitam pais”, explicou.

“Lembrando que a sinopse de Travessia é de 2019, e eu deveria começar a pesquisa exatamente quando veio a pandemia. Há uma inspiração para a introdução dessa trama, sim, mas não é a vida real: é uma novela turca chamada Intersection”, revelou a autora.

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