Novela que está sendo reprisada pela Globo no Vale a Pena Ver de Novo, Paraíso Tropical (2007) teve uma confusão nos bastidores. O autor da trama, Gilberto Braga (1945-2021), queria outra atriz no papel das gêmeas Paula e Taís, que acabaram ficando com Alessandra Negrini.

Gloria Pires e Alessandra Negrini em Paraíso Tropical
Gloria Pires e Alessandra Negrini em Paraíso Tropical (Divulgação / Globo)

Um dos escritores mais renomados do país, Gilberto desenvolveu o folhetim em parceria com Ricardo Linhares. No entanto, o novelista tinha planos bem diferentes do que foi ao ar no horário nobre da emissora carioca.

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Autor criou personagem para Cláudia Abreu

Claudia Abreu e Malu Mader - Celebridade
Claudia Abreu e Malu Mader em Celebridade (Divulgação / Globo)

Anos atrás, o próprio autor deixou claro que criou a trama das gêmeas protagonistas pensando em Cláudia Abreu para viver as duas personagens. No entanto, ele foi surpreendido com a gravidez da atriz, que a impediu de estar na novela.

Ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”, Gilberto disse que desejava Cláudia em Paraíso Tropical, já que tinha acertado que não teria Malu Mader na produção.

“Como eu tinha combinado de não fazer essa novela com a Malu, achei melhor a Cacau fazer as duas. Eu nunca tinha escrito gêmeas e achei que ela faria muito bem”, declarou.

O novelista explicou que queria a junção de duas personagens já vividas pela atriz anteriormente. Uma delas em um folhetim de sua própria autoria: Celebridade (2003).

“Eu queria basicamente a Vitória, heroína de Belíssima, do Silvio de Abreu, que sabe escrever heroínas muito bem, e a Laura de Celebridade. A ideia era simplesmente botar a Vitória contra a Laura. Foi um choque não poder contar com a Cláudia Abreu”, disse.

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Outro baque

Nos Tempos do Imperador - Letícia Sabatella
Letícia Sabatella em Nos Tempos do Imperador (João Miguel Júnior / Globo)

Sem Cláudia Abreu para o papel, Gilberto Braga ainda teve outro problema na hora de escolher a substituta. O primeiro nome desejado era Letícia Sabatella, mas a atriz já estava em Páginas da Vida (2006).

“A primeira atriz que me ocorreu foi a Letícia Sabatella, mas ela estava fazendo uma novela do Manoel Carlos. Foi uma confusão danada até escalarmos a Alessandra Negrini. Ricardo Linhares havia trabalhado com a Alessandra numa novela e sugeriu o nome dela”, contou.

 

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Não aprovou atriz escolhida

Alessandra Negrini em Paraíso Tropical
Alessandra Negrini em Paraíso Tropical (Divulgação / Globo)

Apesar de elogiar Alessandra Negrini, Gilberto Braga deixou claro que ela não era o tipo que gostava.

“É uma atriz extremamente competente, mas não é a minha praia, porque não é uma atriz naturalista. Mas fez muito bem as gêmeas”, pontuou.

Para o livro “A Seguir Cenas do Próximo Capítulo”, o autor chegou a dizer que Negrini não tinha o carisma de Cláudia Abreu.

“A Alessandra Negrini é competente, mas não tem o carisma da Cacau”, soltou.

Essa, no entanto, não foi a única escalação a contragosto que Gilberto Braga teve que engolir em Paraíso Tropical. Ele queria Selton Mello interpretando o vilão Olavo, mas teve que aceitar Wagner Moura no papel, apesar de afirmar publicamente que não gostou.

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Publicitário e roteirista, escreve sobre televisão desde 2013. Com passagem por diversos sites, atuou como redator, editor e repórter, função que proporcionou entrevistar grandes nomes. Um apaixonado por televisão, que ama novelas desde que se entende por gente.