O remake de Pantanal (2022) levantou o horário nobre da Globo ao trazer uma trama que fugiu do tradicional eixo Rio-São Paulo e mudou a paisagem da faixa das nove. As belezas do bioma sul-mato-grossense deram o tom do clássico de Benedito Ruy Barbosa, atualizado por Bruno Luperi.
Pouco tempo depois da saga de José Leôncio (Marcos Palmeira, na foto com Dira Paes), a Globo volta ao Mato Grosso do Sul, novamente para dar cenário a uma novela das nove. Walcyr Carrasco assina o enredo, batizado Terra e Paixão.
Ou seja, mais uma vez, a Globo recorre a paisagens do centro-oeste brasileiro para situar seu principal folhetim, tentando outra vez elevar a audiência do horário. Portanto, seria Terra e Paixão a nova Pantanal? Walcyr Carrasco garante que não.
Fugindo da cópia
Pra começar, embora se passem no mesmo Estado, Pantanal e Terra Bruta se situam em diferentes localidades do Mato Grosso do Sul. Enquanto as principais locações da novela de Bruno Luperi foram concentradas em fazendas próximas a Aquidauana, no norte do MS, a nova trama utiliza cenários ao redor de Dourados, no centro sul do Estado. São paisagens bem distintas.
Além disso, Walcyr Carrasco quer pontuar bem as diferenças entre o José Leôncio de Marcos Palmeira e Antonio La Selva, fazendeiro que será interpretado por Tony Ramos na substituta de Travessia. Uma das preocupações do autor é com relação ao sotaque da região.
Sotaque diferente
Enquanto em Pantanal os personagens falavam com o típico “caipirês”, em Terra e Paixão a prosódia será bem diferente. Na sinopse, Carrasco fez questão de ressaltar que, na região onde sua trama se passa, a maneira de falar é diferente.
O autor citou que há forte incidência do sotaque gaúcho entre os produtores rurais e “caipira leve e até nortista entre os trabalhadores”.
“Essa região agregou gente de várias partes do país”, frisou o autor no documento.
Terra e Paixão terá o universo do agronegócio como pano de fundo. A trama se passará numa cidade fictícia, com elementos baseados nas cidades de Dourados e Amambai, no interior do Mato Grosso do Sul.
Enredo
A substituta de Travessia conta a história de Aline (Bárbara Reis), uma jovem que prosperou ao administrar terras herdadas de seu marido, morto numa tentativa de grilagem. O sucesso da moça desperta a fúria do poderoso Antonio La Selva, que domina o agronegócio da região.
A coisa se complica quando a mocinha desperta o interesse de Caio (Cauã Reymond) e Daniel (Johnny Massaro), os herdeiros da família Laselva. Irene (Gloria Pires), esposa de Antonio, será a principal pedra no sapato na vida de Aline.