Segue a todo vapor o projeto do Globoplay de resgatar diversas tramas da Globo em sua edição original. A próxima da lista é um grande clássico da teledramaturgia nacional escrito por Gilberto Braga.
Escrava Isaura (1976), estrelada por Lucélia Santos em sua primeira aparição na TV, foi a escolhida para retornar e matar as saudades de todo bom noveleiro.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEA trama rendeu um remake adaptado por Tiago Santiago na Record, em 2004, além de uma continuação em 2016, com Escrava Mãe. Agora, o clássico estará disponível na plataforma global a partir do dia 23 de outubro.
Escrita por Gilberto Braga, dono de diversos sucessos da TV brasileira, o folhetim não chegou a ser uma unanimidade, ainda que tenha sido um grande êxito mundial.
Leia mais
Novela rejeitada
Não é sempre que um escritor gosta do resultado de sua obra. Alguns são até críticos demais com o próprio trabalho, enquanto outros passam por momentos ruins durante a produção material, como contratempos com a saúde, baixa audiência e fatores que podem gerar algum tipo de trauma.
É muito difícil, porém, que um novelista revele não gostar nada de uma produção, ainda mais uma que tenha sido famosa, rendido alta audiência e seja lembrada por mais de 50 anos, sendo um de seus maiores projetos da carreira.
Mas nada disso fez com que Gilberto Braga gostasse de Escrava Isaura, a qual ele se referiu como uma telenovela ruim.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE“Acho a novela horrível!”
O falecido escritor revelou no livro “Autores – Histórias da Teledramaturgia”, um projeto encabeçado pela Memória Globo e lançado em dois volumes, que não gostava de Escrava Isaura.
“Acho a novela horrível! Até hoje não entendo por que fez tanto sucesso. Era uma produção horrorosa. Eu não gosto, especialmente, do elenco, nem do meu texto”, afirmou na publicação lançada em 2022.
“O que era bom ali era a temática do Bernardo Guimarães, que é muito forte. Claro, existia uma certa técnica, não vou dizer que eu e a direção éramos totalmente ineptos. Mas, francamente, não gosto”, criticou.
O livro traz ainda depoimentos de outros dramaturgos que marcaram os últimos 50 anos da TV dos Marinhos, como Aguinaldo Silva, Alcides Nogueira, Antonio Calmon, Benedito Ruy Barbosa, Carlos Lombardi, Euclydes Marinho, Gloria Perez, João Emanuel Carneiro, Manoel Carlos, Maria Adelaide Amaral, Miguel Falabella, Ricardo Linhares, Silvio de Abreu, Walcyr Carrasco e Walther Negrão.