Segue a todo vapor o projeto do Globoplay de resgatar diversas tramas da Globo em sua edição original. Recentemente, a plataforma promoveu a volta de um grande clássico da teledramaturgia nacional escrito por Gilberto Braga.

Gilberto Braga
Autor Gilberto Braga, falecido em 2021 (Divulgação / Globo)

Escrava Isaura (1976), estrelada por Lucélia Santos em sua primeira aparição na TV, foi relançada na plataforma em outubro deste ano, para o noveleiro matar as saudades.

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A trama rendeu um remake adaptado por Tiago Santiago na Record, em 2004, além de uma continuação em 2016, Escrava Mãe. .

Lucélia Santos em Escrava Isaura
Lucélia Santos como Escrava Isaura (divulgação/Globo)

Escrita por Gilberto Braga, dono de diversos sucessos da TV brasileira, o folhetim não chegou a ser uma unanimidade, ainda que tenha sido um grande êxito mundial.

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Novela rejeitada

Escrava Isaura - Edwin Luisi e Lucélia Santos
Lucélia Santos e Edwin Luisi em Escrava Isaura (Divulgação / Globo)

Não é sempre que um escritor gosta do resultado de sua obra. Alguns são até críticos demais com o próprio trabalho, enquanto outros passam por momentos ruins durante a produção, como contratempos com a saúde, baixa audiência e fatores que podem gerar algum tipo de trauma.

É muito difícil, porém, que um novelista revele não gostar nada de uma produção, ainda mais uma que tenha sido famosa, rendido alta audiência e seja lembrada por mais de 50 anos, sendo um de seus maiores projetos da carreira.

Mas nada disso fez com que Gilberto Braga gostasse de Escrava Isaura, a qual ele se referiu como uma novela ruim.

https://www.youtube.com/watch?v=ti3iwc9WCpk

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“Acho a novela horrível!”

Gilberto Braga e Malu Mader
Gilberto Braga e Malu Mader (Divulgação / Globo)

O falecido escritor revelou no livro “Autores – Histórias da Teledramaturgia”, um projeto encabeçado pela Memória Globo e lançado em dois volumes, que não gostava de Escrava Isaura.

“Acho a novela horrível! Até hoje não entendo por que fez tanto sucesso. Era uma produção horrorosa. Eu não gosto, especialmente, do elenco, nem do meu texto”, afirmou na publicação lançada em 2008.

“O que era bom ali era a temática do Bernardo Guimarães, que é muito forte. Claro, existia uma certa técnica, não vou dizer que eu e a direção éramos totalmente ineptos. Mas, francamente, não gosto”, criticou.

O livro traz ainda depoimentos de outros dramaturgos que marcaram os últimos 50 anos da TV dos Marinhos, como Aguinaldo Silva, Alcides Nogueira, Antonio Calmon, Benedito Ruy Barbosa, Carlos Lombardi, Euclydes Marinho, Gloria Perez, João Emanuel Carneiro, Manoel Carlos, Maria Adelaide Amaral, Miguel Falabella, Ricardo Linhares, Silvio de Abreu, Walcyr Carrasco e Walther Negrão.

Homenagens

Alessandra Negrini em Paraíso Tropical
Alessandra Negrini em Paraíso Tropical (Reprodução / Globo)

A volta de Escrava Isaura no Globoplay serviu como mais uma homenagem da Globo a Gilberto Braga, considerado um dos maiores autores de sua história. Giba é dono de um extenso currículo e assinou alguns dos principais clássicos da teledramaturgia brasileira.

Mas a trama estrelada por Lucélia Santos não foi a única novela do autor a ser resgatada pela Globo recentemente. Pátria Minha (1994), outra novela assinada por Gilberto Braga, também foi relançada no Globoplay em outubro, mês que a morte do novelista completou dois anos.

A Globo também resgatou Paraíso Tropical (2007), trama de Braga em parceria com Ricardo Linhares que está sendo reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor