Autor de Mar do Sertão repete erro que cometeu em outra novela

Mar do Sertão - Sergio Guizé

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Mar do Sertão está sofrendo do mesmo problema de outra novela de Mário Teixeira, O Tempo Não Para (2018). As duas tramas começaram promissoras, mas a enxurrada de acontecimentos nas primeiras semanas deu lugar à escassez de histórias.

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O folhetim das seis, que estreou bem, está ficando vazio e desinteressante. A média semanal, de 20,1 pontos entre 26 de setembro e 1° de outubro, chegou a 17,9 entre 14 e 19 de novembro.

Correria

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Com o erro da novela anterior, pensava-se que Mário Teixeira distribuiria melhor os conflitos de sua trama ao longo dos capítulos. Logo após a estreia, porém, o autor precipitou os acontecimentos de Mar do Sertão. A narrativa avançou no tempo e agora não tem história para contar.

É válida a iniciativa de Teixeira de não deixar o público esperando pelo clímax de suas histórias. Uma pena, porém, que ele “queime etapas” na tentativa de imprimir um ritmo ágil ao roteiro.

Pulos e mais pulos

Em Mar do Sertão, Zé Paulino (Sergio Guizé), após ser dado como morto, voltou milionário para Canta Pedra, disposto a vingar-se daqueles que lhe fizeram mal e colocar os poderosos da região a serviço do povo.

Nada foi mostrado sobre a batalha dele para enriquecer. A vida de Candoca (Isadora Cruz) longe do amado também ficou restrita a poucas cenas – não vimos, por exemplo, o nascimento do filho dos dois.

A mudança de Tertulinho (Renato Góes), com o intuito de conquistar a moça, passou batida.

Fim da história?

Os anos se passaram e o que se vê agora, na atualidade, é a ausência de conflitos relacionados ao triângulo. Mário Teixeira descartou acontecimentos importantes para manter a disputa de Zé Paulino e Tertulinho por Candoca em banho-maria.

Para os próximos capítulos, a expectativa gira em torno da descoberta dos dois galãs sobre o laço de sangue que os une: ambos são filhos do coronel Tertúlio (José de Abreu).

Quanto à disputa por Candoca, não há nada que indique vitória de Tertulinho sobre Zé Paulino, que já ensaia o casamento com a médica.

Tramas paralelas

Apesar do esgotamento da trama central, Mar do Sertão conta com personagens carismáticos e interessantes nos núcleos paralelos. Diferente de O Tempo Não Para, onde os conflitos dos papéis periféricos ficaram pelo caminho, o autor tem apostado no desenrolar de tais tramas para preencher o folhetim.

O único senão é que estes tipos tão interessantes se revezam em “esquetes semanais”. Os conflitos em torno deles se resolvem rápido, de forma que uma ou outra figura acabe desaparecendo do vídeo sem explicações – como já aconteceu com o matador Pajeú (Caio Blat) e o jornalista Eudoro Cidão (Érico Brás).

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