Sucesso do Globoplay, a novela Todas as Flores procurou diversidade em seu elenco. A produção conta com vários atores negros no elenco, como Bárbara Reis (na foto abaixo, ao lado de Nicolas Prattes), que dá vida à vilã Débora.

Nicolas Prattes e Bárbara Reis - Todas as Flores
Divulgação / Globo

Um cenário bem diferente do que foi visto em Segundo Sol (2018), novela anterior do autor João Emanuel Carneiro. A trama se passava na Bahia, mas tinha um elenco predominantemente branco, o que provocou uma enxurrada de críticas à produção. O autor, então, admitiu o erro e procurou corrigi-lo em seu mais recente folhetim.

“Aprendi”

João Emanuel Carneiro

Em 2018, Segundo Sol sofreu inúmeras críticas, já que seu enredo se passava em Salvador, Bahia, local onde a maioria da população é negra, mas tinha apenas quatro atores negros no elenco. A Globo, inclusive, foi notificada pelo Ministério Público do Trabalho da Bahia por conta da baixa representatividade.

Dois anos após toda esta celeuma, o autor João Emanuel Carneiro (foto acima) participou do programa Conversa com Bial e falou sobre o assunto. No programa, Pedro Bial perguntou se o novelista achava saudável a discussão que se deu por conta do acontecido na novela.

“Eu acho que tá certo. Tem que dar voz aos negros, fazer a novela com mais atores negros. E nesse evento aí, nessa ocasião do Ministério Público no Segundo Sol, eu aprendi. Acho que foi uma lição pra mim. Eu penso em fazer novelas diferentes também”, admitiu.

Diversidade

Todas as Flores - Mariana Nunes
Divulgação / Globo

Quatro anos após Segundo Sol, João Emanuel Carneiro assina Todas as Flores. Inicialmente concebida como uma novela das nove, a atração foi adaptada e levada ao Globoplay, numa nova estratégia da Globo de lançar novelas inéditas na plataforma. A trama também será exibida na TV aberta, mas apenas no segundo semestre e na faixa das 23h.

Desta vez, percebe-se a preocupação do autor e da direção da emissora de contar com um elenco diverso. Ao contrário de Segundo Sol, Todas as Flores traz vários atores negros, nos mais variados tipos de personagens.

Mariana Nunes (foto acima), por exemplo, vive Judite, uma das protagonistas do folhetim. Além dela, a trama conta também com Thalita Carauta (Mauritânia), Bárbara Reis (Débora), Yara Charry (Joy) e Naruna Costa (Lila), todas circulando no núcleo principal do enredo.

Há ainda Micheli Machado (Chininha), Xande de Pilares (Darci), Zezeh Barbosa (Darcy), Douglas Silva (Oberdan), Mary Sheila (Jussara) e Leonardo Lima Carvalho (Celinho), entre outros.

Lição aprendida

Diogo Almeida
Reprodução / Instagram

Não foi só João Emanuel Carneiro quem aprendeu a lição. A própria direção da Globo está mais atenta ao assunto e montando elencos com mais diversidade. A emissora ampliou o espaço para atores negros em todas as suas novelas, entre protagonistas e coadjuvantes.

Tanto que Vai na Fé, nova novela das sete, conta com um casal principal formado por atores negros, Sheron Menezzes (Sol) e Samuel de Assis (Ben). Além disso, uma atriz negra viverá Alice, a mocinha da próxima novela das nove escrita por Walcyr Carrasco. Bárbara Reis, de Todas as Flores, é a mais cotada.

Às seis, isso também já é uma realidade. O ator negro Diogo Almeida (foto acima) viverá o médico Orlando, mocinho de Amor Perfeito, próxima novela do horário assinada por Duca Rachid e Julio Fischer.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor