Muitos nomes que hoje ocupam posições de destaque na TV começaram de forma, digamos, “tímida”. Astros e estrelas despontaram em novelas com personagens pequenos e foram, gradativamente, ganhando importância e melhores oportunidades.
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Confira:
Gloria Pires
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Uma das atrizes mais queridas do país despontou na TV com participações em humorísticos, ao lado do pai Antônio Carlos. Após integrar um episódio do Caso Especial, ela foi recrutada para Selva de Pedra (1972, foto). Aos 9 anos, Glorinha interpretou Fátima, filha de Irene (Agnes Fontoura); as duas eram inquilinas da pensão Palácio.
Após o folhetim de Janete Clair, capitaneado por Regina Duarte, Francisco Cuoco e Dina Sfat, Gloria emplacou outra personagem numa obra da autora: Letícia, de Duas Vidas (1976). A virada veio em 1978, quando foi recrutada para Marisa, uma das principais figuras de Dancin’ Days.
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Antonio Fagundes
Protagonista de clássicos como Renascer (1993) e O Rei do Gado (1996), Antonio Fagundes fez sua estreia em novelas com Nenhum Homem é Deus, escrita por Sérgio Jockyman e exibida pela Tupi em 1969. No folhetim estrelado por Walmor Chagas – um mágico que fazia mau uso de suas vidências –, Fafá interpretou Netinho.
Em 1973, o ator experimentou seu primeiro grande sucesso: Alaor, da versão original de Mulheres de Areia, na Tupi. No ano seguinte, ele encarnou Julião Petruchio em O Machão (foto), carimbando seu passaporte para a Globo, onde estreou como Lua Viana, de Saramandaia (1976).
Tony Ramos
A chegada de Tony Ramos às novelas se deu em A Outra (1965), título da Tupi. Walter George Durst respondeu pelo enredo, no qual Gustavo (Walmor Chagas) precisava se decidir entre a esposa paralítica, Lúcia (Geórgia Gomide), e a jovem Cibele (Guy Loup). Tony interpretava Vevé, filho de Vicente (Juca de Oliveira) e Ofélia (Vida Alves).
O ator fez outros trabalhos no canal, como Vitória Bonelli (1972), Os Inocentes (1974, foto) e A Viagem (1975). Em 1977, ele recebeu o convite da Globo para Espelho Mágico. Toninho, como é conhecido nos bastidores, ganhou projeção nacional na produção seguinte, O Astro (1977), como Márcio Hayala.
Lilia Cabral
Intérprete de grandes personagens, como a Aldeíde de Vale Tudo (1988), a Sheila de História de Amor (1995), a Marta de Páginas da Vida (2006) e a Griselda de Fina Estampa (2011), Lilia Cabral estreou na TV com Os Imigrantes, que Benedito Ruy Barbosa escreveu para a Band em 1981.
A primeira chance na Globo veio em 1984, na pele da estridente Margarida Fraga Dantas, em Corpo a Corpo, de Gilberto Braga. Lilia se destacou, posteriormente, em Hipertensão (1986), ganhando os holofotes de vez quando, após Vale Tudo, encarnou Amorzinho em Tieta (1989).
Regina Duarte
A eterna Namoradinha do Brasil Regina Duarte migrou da publicidade para as novelas graças ao diretor Walter Avancini, que a convocou para viver a vilã Malu, de A Deusa Vencida (1965). A narrativa concebida por Ivani Ribeiro colocava a promissora atriz entre os gigantes Tarcísio Meira e Glória Menezes – o casal Edmundo e Cecília.
Regina acumulou outros trabalhos na Excelsior, estação responsável por A Deusa Vencida. Em 1969, ela seguiu para a Globo, que revolucionava seu departamento de Dramaturgia com Véu de Noiva, novela escrita por Janete Clair que marcava a chegada dos enredos contemporâneos à casa.
Vera Fischer
Vera Fischer tornou-se nacionalmente conhecida quando venceu o Miss Brasil 1969. Após trabalhos nas telonas, ela foi convocada para Espelho Mágico (1977), trama de Lauro César Muniz que se debruçava sobre o mundo do entretenimento, na TV, no teatro e no cinema.
A personagem reservada para Vera espelhava a trajetória dela: Diana Queiroz, a ex-miss que planejava dar uma guinada na carreira entrando para o elenco de Coquetel de Amor – novela exibida dentro de Espelho Mágico. Posteriormente, Fischer conquistou papéis de peso em folhetins como Mandala (1987) e Laços de Família (2000).
Francisco Cuoco
Um dos maiores galãs da TV brasileira, Francisco Cuoco emendou tipos memoráveis em obras assinadas por Janete Clair: Cristiano Vilhena em Selva de Pedra (1972), Carlão de Pecado Capital (1975), Herculano Quintanilha em O Astro (1977) e Tião Bento de Sétimo Sentido (1982).
A estreia no veículo, porém, foi com outro mestre das novelas: Walther Negrão. Era ele quem respondia, junto de Roberto Freire, por Marcados pelo Amor (1964), produção da Record na qual Cuoco interpretava Vitor. Dois anos depois, Chico estrelou a mais longa trama da teledramaturgia nacional, Redenção (foto), da Excelsior.
Susana Vieira
Há informações desencontradas sobre o primeiro trabalho de Susana Vieira em novelas. O site Museu da TV lista A Noite Eterna (1962), de Geraldo Vietri, transmitida pela Tupi de São Paulo. O portal Teledramaturgia traz o primeiro crédito da atriz em A Pequena Karen (1966, foto), da Excelsior.
Susaninha encarnava o papel-título do folhetim de Dulce Santucci. No mesmo ano, ela atuou em Almas de Pedra. O enredo de Ivani Ribeiro trazia Susana como Naná, uma das irmãs de Cristina (Glória Menezes) – que se vestia de homem para descobrir os responsáveis pela morte de seu pai.
Betty Faria
Bailarina, cantora e atriz, Betty Faria é uma das artistas mais performáticas do nosso país. Antes de atuações inesquecíveis em Pecado Capital (1975), Água Viva (1980), Tieta (1989) e A Indomada (1997), ela participou de Os Acorrentados (1968), por indicação de Leila Diniz ao diretor Daniel Filho – com quem Betty casou anos depois.
Faria respondeu por Sônia Maria neste “obscuro” título de Janete Clair, ambientado na Jamaica. Leila Diniz também atuou na produção, como a irmã Amparo de Fátima, violentada por um guerrilheiro, Rodrigo (Leonardo Villar), que buscou refúgio no convento em que ela residia. Na foto, Betty em Rosa Rebelde (Globo, 1969).
Lima Duarte
Pioneiro da nossa TV, presente na inauguração da Tupi de São Paulo, em 1950, Lima Duarte também foi “desbravador” nas novelas. Ele esteve na primeira produção do gênero, ainda não diária. Em Sua Vida me Pertence (1951), Lima dividiu a cena com Vida Alves, Walter Foster e Lia de Aguiar.
Após dirigir Beto Rockfeller (1968), que revolucionou a teledramaturgia nacional, Duarte seguiu para a Globo, onde encabeçou clássicos como O Bem-Amado (1973), Pecado Capital, Roque Santeiro (1985), O Salvador da Pátria (1989) e Pedra Sobre Pedra (1992). Seu trabalho mais recente foi Além da Ilusão.