Em 1984, a trupe formada por Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum e Zacarias levou mais de dois milhões de espectadores aos cinemas para ver mais uma aventura de Didi Mocó e seus amigos. A Filha dos Trapalhões foi mais um dentre tantos êxitos dos famosos humoristas na tela grande.
Porém, o final feliz da obra ficou restrito mesmo ao filme. Na vida real, o longa rendeu um processo a Renato Aragão. A atriz mirim que protagonizava o filme levou o trapalhão à Justiça e pediu uma indenização por direito de imagem que teria sido violado.
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Clássico do cinema
Em A Filha dos Trapalhões, Didi, Dedé, Mussum e Zacarias são quatro amigos que dividem uma espécie de barraco flutuante na Lagoa Rodrigo de Freitas. Mesmo vivendo numa grande pindaíba, eles decidem criar uma bebê que foi encontrada abandonada.
Chamada de Bebel, a criança, na verdade, é filha da trapezista Julia (Myriam Rios), que a vendeu para uma quadrilha por não ter conseguido emprego. Anos depois, Didi e seus amigos vão trabalhar no mesmo circo de Julia, que sonha em reencontrar sua filha.
Os quatro amigos, sem saber que a criança em questão é Bebel, resolvem ajudar Julia e vão atrás dos mafiosos que a compraram anos atrás, o que gera uma série de situações cômicas, desencontros e aventuras.
Processo
Em A Filha dos Trapalhões, a pequena Bebel era interpretada por Fernanda Brasil, que na época tinha quatro anos de idade. Anos depois, a jovem, que se tornou jornalista, decidiu processar Renato Aragão por não receber direitos de imagens relativos à comercialização e reprises do longa.
No ano de 2016, Fernanda deu uma entrevista ao Domingo Show, programa apresentado por Geraldo Luís na Record, e falou mais sobre o assunto. Ela revelou que, na época das filmagens, seus pais receberam apenas um cachê “irrisório”, com o qual compraram uma beliche e duas colchas.
A ex-atriz mirim solicitava na ação o pagamento referente à comercialização do longa, que foi relançado em DVD anos depois, além dos direitos de imagem referentes às inúmeras reprises do filme na TV. O valor final do processo poderia chegar a R$ 1 milhão.
“Minha mãe pode ter autorizado, quando eu era criança, que eu fizesse o filme. Mas eu não autorizei hoje em dia. A minha imagem é minha. Se eles estão ganhando dinheiro, por que eu não tenho parte disso?”, declarou a jovem ao programa de Geraldo Luís.
“No início, eu não conseguia ver o Renato Aragão. Passava na TV, e eu mudava de canal. Eu não permitia que meu filho o visse”, completou.
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Indenizada
Em 11 de abril de 2016, o UOL noticiava que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro havia determinado que Renato Aragão devia pagar R$ 20 mil a Fernanda Brasil por danos morais. A decisão em segunda instância também envolvia a Europa Filmes, pelo lançamento do filme em DVD; a TV Globo, pelas reprises do filme; e a Infoglobo, que distribuiu o filme e cartazes junto a um jornal.
Ainda de acordo com o UOL, a Renato Aragão Produções Artísticas afirmava que o contrato firmado com a atriz já englobava a participação e a exposição de imagem da jovem nos filmes. A produtora também alegou que o contrato da época havia sido extraviado.
Já a Europa Filmes havia solicitado sua retirada no processo, alegando que apenas reeditou o filme em DVD. Por fim, a TV Globo disse que não se pronunciava acerca de processos em andamento.
