Atriz teve que perder 10 kg para viver personagem com Aids em novela

Julia Dalavia e Glória Pires em O Outro Lado do Paraíso

Julia Dalavia e Glória Pires em O Outro Lado do Paraíso

Desde quando Julia Dalavia e Glória Pires contracenaram como mãe e filha em O Outro Lado do Paraíso (foto abaixo), muita gente pensa – erroneamente – que elas têm esse parentesco na vida real. A atriz, afastada da televisão desde que viveu Guta no remake de Pantanal, também ficou marcada por ter perdido 10 kg para viver uma personagem com Aids em uma produção da Globo.

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Julia Dalavia e Glória Pires em O Outro Lado do Paraíso

Julia nasceu no dia 9 de fevereiro de 1998, no Rio de Janeiro. Ela se interessou pela atuação após visitar sua avó, que era vizinha da escola de teatro Tablado, e hoje, com apenas 24 anos, já possui um longo currículo no cinema e na TV.

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A atriz fez sua estreia nos palcos em 2006, quando participou da peça A Fuga das Galinhas. Mais tarde, no mesmo ano, atuou em seu primeiro longa, O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili.

A artista também fez parte da trilogia de filmes de sucesso Até que a Sorte nos Separe (2012), Até que a Sorte nos Separe 2 (2013) e Até que a Sorte nos Separe 3: A Falência Final (2015), interpretando Stefani ‘Tetê’ Peixoto, filha do protagonista Tino Araújo, vivido por Leandro Hassum. No cinema, participou também dos filmes Minha Família Perfeita (2020) e O Pastor e o Guerrilheiro (2021).

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Papéis de destaque

Na televisão, o primeiro papel de Julia foi na novela Em Família (2014), como a heroína Helena, na primeira fase do folhetim de Manoel Carlos. No mesmo ano, integrou o elenco da trama das seis Boogie Oogie, em que viveu a jovem Alê.

Retornou ao horário das nove como Maria Tereza, na primeira fase de Velho Chico (2016). Ainda em 2016, após finalizar sua participação neste folhetim, esteve presente na minissérie Justiça, como a garota de programa Mayara.

Personagem com Aids

No ano seguinte, esteve no elenco da super série Os Dias Eram Assim, na qual interpretou Fernanda, uma jovem que descobre ser portadora do vírus da Aids. Este foi o papel mais forte de sua carreira até o momento. Para dar veracidade a sua personagem, a atriz chegou a emagrecer cerca de 10 kg, com acompanhamento médico.

Ela frequentou a ABIA (Associação Brasileira Interdisciplinar da Aids) para manter contato com médicos, psicólogos, ativistas e pacientes.

“As pessoas com quem eu conversei me passaram uma sensação de muita força, muita luta e muita tristeza por quem não conseguiu sobreviver. Chorei muito até criar uma resistência melhor pra escutar esses relatos”, declarou à Folha de S.Paulo de 22 de agosto de 2017.

“Sempre me protegi, claro, mas confesso que nunca pensei muito em Aids. Não achava que eu era imune à doença, mas simplesmente não pensava nela. Hoje em dia quem tem Aids vive bem, com qualidade de vida. Mas você vive com uma doença que não tem cura, né? Os remédios têm vários efeitos colaterais, etc.”, completou.

https://youtu.be/rIFHuKePQ5k?si=aKTIuY75Ob1nmxp6

 

Mais destaques

Meses mais tarde, ainda em 2017, a atriz já estava no ar na novela O Outro Lado do Paraíso, em que viveu a advogada Adriana, filha da personagem de Glória Pires. Na época, a jovem estava trabalhando sem parar desde que havia estreado na TV, em 2006.

Sem férias, Júlia afirmou ao site Notícias da TV, em dezembro de 2017, que todo esse sacrifício era recompensado por trabalhar ao lado de mestres como Lima Duarte, Fernanda Montenegro e Juca de Oliveira.

“É uma escola. Só tem fera. Estou trabalhando para aprender. Com eles, fico nervosa. Minha pressão baixa”, disse.

Na mesma matéria, Julia afirmou que não temia ter sua imagem desgastada por emendar tantos trabalhos seguidos e que as mudanças no visual, feitas para interpretar personagens tão diferentes, a ajudam a compor um novo personagem.

“Gosto de mudar, dá o impacto de terminar uma coisa e começar outra. Você tem de se acostumar com outra imagem no espelho’, comentou.

Órfãos da Terra e Pantanal

Em 2019, Júlia viveu a primeira protagonista de sua carreira, na novela Órfãos da Terra. Na obra de Duca Rachid e Thelma Guedes, ela deu vida à refugiada síria Laila Falek. A trama, exibida no horário das 18 horas, foi vencedora do Emmy de melhor novela.

Recentemente, a atriz participou do remake de Pantanal, interpretando a afrontosa Guta, filha de Tenório (Murilo Benício). Na primeira versão, exibida pela Manchete em 1990, o papel foi interpretado por Luciene Adami.

A atriz se destacou pelo fato de sua personagem defender a liberdade sexual, a igualdade de gênero e combater a LGBTfobia, num ambiente dominado por homens com pensamentos e ideais machistas.

“A Guta é uma personagem que nunca deixa de falar, de se posicionar, por mais cansativo que seja, e eu acho isso muito bonito. Ela chega com opiniões muito fortes, os sentimentos à flor da pele, tem uma militância. Eu adoro debater. Muitas vezes prefiro ouvir, mas não deixo de expor quando preciso, gosto de um bom debate. Ela é uma menina com empatia e com uma visão muito clara do que pensa, do que acredita. Eu não sei muito bem se sou assim, mas gosto disso”, afirmou em entrevista ao UOL, em 30 de março de 2022.

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