Atriz surpreendeu quando descobriu estar com os dias contados
03/01/2023 às 11h48
Uma das maiores atrizes brasileiras, Marília Pêra morreu no dia 5 de dezembro de 2015, aos 72 anos, após uma intensa batalha contra um câncer de pulmão. A doença foi diagnosticada em fevereiro de 2014, o que obrigou a atriz a se afastar das gravações de Pé na Cova (2013-16), série na qual vivia a divertida Darlene.
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Acostumada a viver papéis cômicos na TV, a atriz teve um final de vida melancólico. Sua irmã, a também atriz Sandra Pêra, revelou que Marília ficou em choque ao ser avisada que tinha pouco tempo de vida. Segundo Sandra, a informação abalou profundamente a estrela.
“Seis meses”
Irmã caçula de Marília Pêra, Sandra esteve ao lado da atriz até o fim de sua vida. Pouco antes de falecer, ela se preparava para o lançamento de sua fotobiografia, intitulada Marília Soares Marzullo Pêra. A artista morreu poucos dias antes da data prevista para o lançamento.
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Os últimos meses de Marília Pêra foram difíceis, segundo Sandra Pêra revelou ao jornal Extra, em fevereiro de 2016. Sandra contou que a irmã ficou profundamente abalada ao ouvir de seu médico, em outubro de 2015, que tinha pouco tempo de vida.
“O médico disse isso para ela sem que ninguém perguntasse. ‘Você já parou para pensar na sua finitude? A partir de agora, você vai sentir muita falta de ar, vai perder os movimentos de não sei onde. Você tem seis meses de vida’. Ela ficou catatônica e nunca mais voltamos lá”, narrou a atriz.
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“Marília falava comigo: ‘Ele precisava dizer isso?’. E ficou se perguntando: ‘Então, eu vou morrer em abril? Em abril?’. Eu dizia que não, que ele era limitado. Sofremos muito juntas. Foi uma sentença. O cara que estuda os tumores precisa entender que em volta dos tumores existe uma pessoa ali, frágil”, lamentou, afirmando que acredita que a informação dada pelo médico acelerou o processo de morte da estrela.
Mergulhada no trabalho
Mesmo durante o tratamento contra o câncer, Marília Pêra não deixou de produzir. Um dos trabalhos que tocou neste período foi a gravação de um CD, que sairia pela gravadora Biscoito Fino. No entanto, ela apenas conseguiu concluir a gravação da “voz-guia”, que é a base do trabalho. Como não finalizou o trabalho, ela pediu à irmã que não deixasse o disco sair.
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Sem conseguir andar por conta de um desgaste nos ossos do quadril, Marília tinha outros sonhos que não pôde realizar. Um deles era concluir sua autobiografia, já que a atriz não queria que sua vida fosse narrada por outro biógrafo que não ela mesma.
Sandra Pêra também deu outros detalhes sobre os últimos dias da irmã. Ela contou que, uma semana antes de sua morte, Marília desejou ouvir a entrevista que havia concedido à rádio MEC, e sorriu enquanto se escutava.
“Vi que aquilo fez um bem e falei para ouvirmos as bases do CD que ela estava gravando. Marília estava cantando lindo, baixinho… Ficamos ouvindo, conversando, fazendo planos”, lembrou Sandra.
“No domingo anterior à morte, ela teve muita vontade de comer uma maminha (risos). Fomos a uma churrascaria, e ela comeu maminha, polenta e ainda bebeu cerveja”, revelou a irmã da estrela.
Herança
Após sua morte, a herança de Marília Pêra foi motivo de uma briga judicial. Em testamento, a atriz deixou 75% de sua fortuna, avaliada em R$ 40 milhões, para seus três filhos, Ricardo Graça Mello, Esperança Motta e Nina Morena. Já os outros 25% ficariam com Bruno Faria, marido da atriz, e Sandra Pêra.
O viúvo de Marilia não aceitou a divisão dessa fortuna e foi à Justiça para exigir o que a lei brasileira assegura a quem perde o cônjuge – 50% do valor da herança. Além disso, ele não queria sair do apartamento onde vivia com ela.
O processo seguiu durante quatro anos e todos chegaram a um acordo em junho de 2019. A reunião ocorreu na 4ª Vara de Órfãos e Sucessões. A juíza Andréa Pachá ouviu todos os lados e propôs um acordo amigável, com o estipulado no testamento: os filhos ficaram com 75%, seguindo o desejo da atriz e colocando um ponto final na disputa.
Trajetória
Marília Pêra era considerada uma das artistas mais completas do Brasil, já que, além de interpretar, ela cantava, dançava, produzia e dirigia. Ela esteve em mais de 50 peças, quase 30 filmes e cerca de 40 novelas, minisséries e programas de televisão. Estreou na TV em 1965, em Rosinha do Sobrado.
A artista acumulou inúmeros papéis de destaque na telinha, como em Beto Rockfeller (1968), Uma Rosa com Amor (1972), Brega & Chique (1987), O Primo Basílio (1988), Lua Cheia de Amor (1990), JK (2006) e Aquele Beijo (2011).
Seu último trabalho foi Darlene, de Pé na Cova, cujo episódio final foi exibido em abril de 2016, quatro meses após sua morte.