Dona de atuações grandiosas nos últimos anos, Ana Beatriz Nogueira (na foto abaixo, com Fernanda Vasconcellos em A Vida da Gente) convive com uma doença incurável há mais de uma década. A condição foi descoberta enquanto ela atuava em Caminho das Índias (2009), recentemente exibida pelo Canal Viva.

Ana Beatriz Nogueira e Fernanda Vasconcellos
Reprodução / Globo

A atriz foi diagnosticada com esclerose múltipla, mesmo problema sofrido por atrizes como Cláudia Rodrigues, Guta Stresser e Ludmila Dayer.

Porém, a informação só veio à tona em fevereiro de 2018, quando, em uma entrevista à Patrícia Kogut, do jornal O Globo, a atriz revelou toda a experiência trágica que quase a fez desistir de sua carreira. Na época, ela estava se preparando para uma importante personagem em O Sétimo Guardião.

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Recusou propostas

Desde que a doença se tornou pública, Ana Beatriz Nogueira (na foto acima, em O Sétimo Guardião) passou a receber inúmeras propostas comerciais vindas de laboratórios farmacêuticos para anunciar remédios ou fazer palestras patrocinadas em relação à esclerose múltipla. Todas foram negadas pela mesma, que não quis comercializar sua saúde.

“Não quero ganhar dinheiro com isso”, declarou em uma conversa com Patrícia Kogut, em 22 de julho de 2019.

Sempre discreta com sua vida pessoal, ela mantém um blog chamado “Qual é o Pensamento?”, para falar sobre a doença e trocar experiências com outros portadores, sempre com muita positividade. Nele, ela também relaciona o poder da arte que sempre a ajudou a superar os momentos difíceis de sua vida.

“Existem muitos relatos na internet sobre as dificuldades de enfrentar a EM [esclerose múltipla]. Não vamos deixar de falar disso, no entanto, acredito que podemos tentar ter uma visão positiva: o que nos ajuda no dia a dia, os pequenos truques, dicas, tudo o que auxilia na melhora da qualidade de vida. Convido vocês a lerem e comentarem. Sempre que possível, passarei por aqui para respondê-los”, diz ela na introdução do site.

Diagnóstico

Os primeiros sintomas da doença começaram a aparecer em janeiro de 2009, quando a atriz estava prestes a estrear Caminho das Índias; ela passou a ter problemas de visão.

Ao procurar ajuda médica, Ana foi informada que o problema poderia ser um efeito colateral do remédio para dormir do qual fazia uso – ela o suspendeu, mas o sintoma persistiu.

Durante a festa de lançamento da novela de Gloria Perez, no Rio de Janeiro, a atriz voltou a enxergar mal e precisou da ajuda de Tony Ramos e de sua esposa, Lidiane, para subir as escadas do salão nobre do Parque Lage.

“Lá dentro, pedi à Silvinha (Buarque) para me levar até um canto. Acabei num grupinho em que estava Leda Nagle acompanhada de dois oftalmologistas, olha a ironia. Conversamos o tempo inteiro. Passados uns 15 dias, minha visão acabou voltando ao normal e atribuí o episódio às razões que o médico tinha apontado”, disse em entrevista à colunista Patrícia Kogut, do O Globo.

No decorrer do ano, a atriz passou por novos sustos, até que resolveu investigar melhor o que estava acontecendo. Ela passou por uma série de exames e descobriu ter esclerose múltipla, o que, em pouco tempo de tratamento, teve o prognóstico revelado. Ana Beatriz segue com a enfermidade controlada.

Nova batalha

Ana Beatriz Nogueira
Reprodução / Globo

Ana Beatriz Nogueira enfrentou um novo baque em sua saúde ao ser diagnosticada com um câncer no pulmão em 2021, ainda quando estava no ar como Elenice, em Um Lugar ao Sol (2021). A doença foi descoberta após ela ter contraído uma gripe, mas como ainda estava em estado inicial, logo a artista se curou.

Ela chegou a passar por uma cirurgia para retirar o tumor em março do ano passado e, assim que se recuperou, agarrou mais um papel, o de Guiomar em Todas as Flores (2022), muito comemorado por Ana, que já demonstrou ter paixão pelo seu ofício.

“Comecei a gravar com duas costelas quebradas, mas não ficava reclamando, não. Estava feliz da vida. Você ter uma novela, um trabalho, algo que você ama, isso te deixa boa mais rápido, não?”, disse Ana Beatriz Nogueira em entrevista ao UOL.

“Foi uma experiência dura. Tem a parte dos remédios, não pode fazer exercício, a gente ganha peso, é muita cortisona, mas isso tudo diante do fato de dois meses depois você está querendo ir gravar, você fala: ‘gente, maravilha’. Cheguei com mais vontade ainda de trabalhar”, explicou.

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