Paula Picarelli ganhou notoriedade quando viveu Rafaela, par romântico de Clara (Alinne Moraes) em Mulheres Apaixonadas (2003). Só que um convite para outra produção da Globo acabou frustrando a atriz, que tomou a decisão de romper com a casa e seguir outros caminhos.
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Nascida em São Paulo, em 12 de junho de 1978, Paula formou-se em Artes Cênicas pela USP. A estreia na TV se deu com uma breve participação em O Cravo e a Rosa (2000). Logo depois, ela emplacou uma personagem fixa na terceira temporada de Sandy e Junior (2001).
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A popularidade com a novela das oito
O papel de namorado do cantor não foi tão emblemático quanto o de Rafaela, que mantinha um romance com Clara em Mulheres Apaixonadas. O relacionamento causava comentários na Escola Ribeiro Alves – especialmente da maldosa Paulinha (Roberta Gualda). No último capítulo do folhetim de Manoel Carlos, Rafaela e Clara trocaram um discreto beijo durante uma encenação de Romeu e Julieta.
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Sobre a personagem, Paula contou em entrevista ao jornalista Gabriel Perline, do portal Notícias da TV, em junho de 2018, que, com apenas 25 anos, precisou lidar com o assédio e a curiosidade em torno de sua vida pessoal.
“A experiência na novela foi muito difícil para mim, eu fui muito exposta e eu não tinha certeza do que (eu queria). Não sabia o que ia acontecer, como eu seria exposta, como a minha vida iria mudar, como eu deveria reagir diante dessa nova realidade. Eu não tinha instrumentos para lidar com o que estava acontecendo comigo naquele momento”, relatou Picarelli.
“Depois da novela, preferi voltar para o teatro, até para entender toda a experiência que eu tinha vivido, e como seriam os meus passos como artista a partir de então”, complementou.
Longe da Globo e dos folhetins
Por conta de seu desempenho na trama das oito, Paula Picarelli recebeu convite para atuar em outra produção. Ela, no entanto, preferiu sair da Globo. É que o papel oferecido era o de uma menina masculinizada, o que fez com que a atriz se sentisse desconfortável:
“Eu lembro que na época tinha surgido a possibilidade de eu fazer uma personagem numa novela das 19h, que era uma menina meio masculina. Daí eu falei: ‘Talvez eu já esteja dentro de alguma caixinha na emissora e não me interessa seguir por esse caminho’. Então, eu também procurei outras coisas”.
Fora da Globo, a artista seguiu novos caminhos. Paula foi apresentadora do programa Entrelinhas, da TV Cultura, entre 2005 e 2012. Ela também atuou em documentários e peças de teatro.
Em 2008, Picarelli fez a série 9mm: São Paulo, pela Fox Brasil. Em seguida, a atriz viveu a promotora Taís, de Psi (2014), produção da HBO Brasil indicada ao Emmy Internacional de melhor série dramática.
Experiência traumática relatada em livro
Paula Picarelli também escreveu um livro, Seita – O dia que entrei para um culto religioso, da Editora Planeta, onde relatou sua traumática experiência em uma seita que envolvia o consumo de ayahuasca, um chá que altera a consciência da pessoa.
Ela esperava exorcizar tal passagem ao publicar o livro, que mescla ficção e realidade. Não foi bem isso o que aconteceu…
“Ainda está tudo em mim de algum jeito. Tenho lido a obra de uma psicóloga norte-americana que fala especificamente de traumas religiosos. Ela diz que as pessoas que passam por isso têm um quadro parecido com a síndrome do estresse pós-traumático. Acho que é por aí mesmo”, lamentou, em entrevista à Patrícia Kogut, do jornal O Globo.
Recentemente, a atriz pôde ser vista na série infantil Escola de Gênios (2018), transmitido pelo canal infantil Gloob, do Grupo Globo. Ela interpretou a malvada Marie, uma especialista em Física Moderna.
Paula Picarelli tem 44 anos, é casada e mãe de uma menina, Sofia.