Isis de Oliveira nasceu em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, em 28 de julho de 1952. Nos anos 1970, ela iniciou a carreira como modelo, estampando inúmeros editoriais e capas de revistas. Anos mais tarde, em seu primeiro trabalho de destaque como atriz, Isis enfrentou uma situação desagradável com o autor Manoel Carlos (foto abaixo).

Manoel Carlos
Reprodução / IMDB

A irmã da também modelo e atriz Luma de Oliveira ingressou na Globo através de participações em títulos como Marron-Glacé (1979), Plumas e Paetês (1980), O Amor é Nosso! (1981) e Sétimo Sentido (1982). Ela ainda esteve no humorístico Viva o Gordo (1981) e na série Amizade Colorida (1981).

Desentendimento às oito

Roque Santeiro - Isis de Oliveira
Reprodução / Revista Amiga e Novelas

Em 1982, Isis de Oliveira foi escalada para viver a aeromoça Beatriz, seu primeiro papel de destaque em uma novela das oito. Sol de Verão marcava a segunda passagem do novelista Manoel Carlos pela faixa, como titular, após a bem-sucedida Baila Comigo (1981).

Em live do Instagram com o perfil Noveleiros Real, Isis revelou que o autor não desejava tê-la no folhetim. Maneco pensava em Bruna Lombardi ou Maitê Proença para a personagem. A escalação da atriz se deu por determinação do diretor Roberto Talma e de Boni, então todo-poderoso da emissora.

“Foi um terror, porque eu já estava gravando, e o Manoel Carlos parou de escrever pra mim”, afirmou ela. “Nas poucas aparições que eu tinha, o povo começou a ligar para o serviço de atendimento ao telespectador”, contou.

Sucesso de público

Roque Santeiro - Claudia Raia, Isis de Oliveira e Yoná Magalhães
Divulgação / Globo

Foi com o apoio da audiência que Isis de Oliveira conseguiu espaço na trama – que reunia talentos como Jardel Filho, Irene Ravache, Beatriz Segall, Tony Ramos e Débora Bloch.

“Eu era a personagem que mais recebia telefonemas do público querendo saber que collant eu estava usando, batom… Me falaram que eu era a que mais recebia ligações da central de atendimento. Pressão, pressão, pressão, pronto. A personagem cresceu”, assegurou.

Lamentavelmente, Sol de Verão foi finalizada antes do previsto. O protagonista Jardel Filho faleceu em fevereiro de 1983, vítima de um ataque cardíaco. Manoel Carlos deixou a conclusão a cargo do colega Lauro César Muniz.

A saída do vídeo

Meu Bem, Meu Mal - Isis de Oliveira
Divulgação / Globo

Isis seguiu contratada da Globo. Em 1983, voltou à faixa das oito com Champagne. Esteve também em Roque Santeiro (1985) – como a dançarina Rosaly –, O Outro (1987) e Que Rei Sou Eu? (1989). O último trabalho na casa foi Meu Bem, Meu Mal (1990), do qual foi dispensada, conforme ventilado na época, por faltas não justificadas das gravações.

Após deixar a emissora líder, onde também apresentou atrações como Caso Verdade e Aplauso, Isis de Oliveira atuou em 74.5 – Uma Onda no Ar (1994), na Manchete, e O Campeão (1996), da Band. Aos 72 anos, Isis de Oliveira sonha com a chance de voltar aos estúdios.

“O que o ator mais quer é estar trabalhando. A gente luta para estar trabalhando. Eu já estou há muito tempo afastada. As pessoas acham que é uma opção minha, e não é. Muito pelo contrário, eu quero trabalhar”, desabafou.

Vida pessoal

Isis de Oliveira
Reprodução / Instagram

A artista também lamentou o fato de ser sempre associada à irmã.

“É horrível quando aparece ‘por onde anda Isis de Oliveira’. Pior que isso é se referirem a mim como ‘a irmã de Luma’. Não! Eu sou uma atriz. Luma é rainha de bateria, eu tenho uma carreira como atriz de muitos personagens e uma carreira sólida como modelo”, protestou.

Isis de Oliveira vive no Rio de Janeiro. Ela segue ativa nas redes sociais. Também empresta sua voz para campanhas publicitárias e vídeos institucionais de empresas privadas.

Solteira, ela denunciou o último marido, o egípcio Hazen Roshdi, por agressão. A união durou seis anos. Antes, Isis se relacionou com o economista Celso Barbosa Braga, o ator Nelson Freitas e a cantora Simone – uma das primeiras celebridades a assumir relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo.

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Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor