Com certeza, você já ouviu homens e mulheres falando que já sofreram preconceito por serem bonitos. Alguns levam isso a sério, outros debocham.

Jeniffer Setti
Reprodução / Instagram

Houve um caso na televisão no qual uma atriz não conseguiu um papel em uma novela por ser sexy demais.

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Uma imagem sensual

Legendários - Jeniffer Setti e Marcos Mion
Divulgação / Record

Jeniffer Setti começou a sua carreira em 2012, quando fez uma participação em Salve Jorge, da Globo. No ano seguinte, foi contratada pela Record e esteve em Dona Xepa (2013), Milagres de Jesus (2014) e Os Dez Mandamentos (2015), fenômeno de audiência da emissora.

Em entrevista ao Notícias da TV, em 4 de setembro de 2015, ela contou que beleza nem sempre lhe ajudou, e sim, atrapalhou.

“A beleza sempre me prejudicou e a minha imagem era muito sensual para alguns papéis. Eu sempre tive que me esforçar o dobro para mostrar o que eu podia fazer. Perdi papéis importantes, inclusive na Globo, por conta disso”, relatou.

Uma beleza exótica

Os Dez Mandamentos - Jeniffer Setti
Divulgação / Record

Segundo Jeniffer, sua “beleza exótica” não a deixava seguir em frente com alguns papéis que ela queria fazer.

“Quando eu me formei, aos 19, não podia fazer papéis da minha idade, porque eu já tinha cara de mulher. As pessoas não levam com muita seriedade pessoas com beleza exótica. Isso no Brasil, porque lá fora mulheres exuberantes são exaltadas, como Angelina Jolie e Jennifer Lopez, por exemplo”, pontuou.

Atores enganados

Os Dez Mandamentos - Denise Del Vecchio e Jeniffer Setti
Reprodução / Record

Além dessas questões estéticas, ela lamentou o fato de muitos atores e atrizes serem enganados por professores que ministram cursos de atuação.

“Como fiz muitos cursos ao longo dos meus 12 anos de carreira, vi muita coisa errada. Pagava caro e recebia pouco em troca. O ator às vezes é enganado, vai achando que vai do curso direto para a televisão. É uma tremenda enrolação”, desabafou.

Jeniffer não foi a única atriz que reclamou da beleza na profissão de atriz: Monique Lafond e Paula Bulamarqui fizeram a mesma queixa.

O trabalho é o mais importante

Monique Lafond
Reprodução / YouTube

Monique esteve presente em produções como Fogo Sobre Terra (1974), Bravo! (1975), A Moreninha (1975), Que Rei Sou Eu? (1989), Quatro Por Quatro (1994), Coração de Estudante (2002), Paraíso Tropical (2007), entre outros trabalhos.

Mesmo com todo o sucesso na TV, Monique Lafond afirmou ao Vídeo Show, em fevereiro de 2017, que sua beleza só atrapalhou.

“Para mim, a beleza atrapalha. Fica um grau de exigência [grande sobre isso]. O tempo todo a beleza vem na frente do seu trabalho. Diziam ‘Você tá tão bonita’. E eu pensava assim: ‘Ai que meleca, mas e o meu trabalho?’”, confessou.

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Saindo de cena

Paula Burlamaqui
Divulgação / Globo

Já Paula, que atuou em sucessos como O Sexo dos Anjos (1989), O Dono do Mundo (1991), Explode Coração (1995), Uga Uga (2000), Avenida Brasil (2012), Órfãos da Terra (2019), entre outras novelas, relatou que, depois de ouvir um conselho de um amigo, entendeu que a beleza não era tudo.

“Lembro quando ele [Caetano Veloso] disse: ‘Paula, você terá de furar um olho, ficar gorda, feia, para não ser um símbolo sexual. Você é uma mulher bonita, desejada, a sua imagem é essa. Você terá de trabalhar os seus personagens em cima disso’. Entendi o que ele me disse e fui à luta. Fiquei um tempo sem fazer televisão, comecei a rejeitar papéis que não tinham mais o que dizer e decidi me aprofundar na carreira. Percebi que o ator tem que estar em constante processo de crescimento”, declarou ao UOL em 2019.

Até o momento, o último trabalho da atriz foi na novela Verdades Secretas 2, exibida pelo Globoplay em 2021.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor