Não é novidade dizer que a boia-fria Luana é uma das personagens mais marcantes da carreira de Patrícia Pillar. Agora, o público acompanha sua saga pela terceira reapresentação de O Rei do Gado (1996), no Vale a Pena Ver de Novo.

O Rei do Gado - Patrícia Pillar
Divulgação / Globo

Porém, tamanho êxito da trama que se tornou um clássico da teledramaturgia não impediu que ela ficasse insatisfeita com os rumos que a sua personagem tomou no decorrer da história.

[anuncio_1]

Promessa não cumprida

O Rei do Gado - Antonio Fagundes e Patricia Pillar
Divulgação / Globo

De acordo com informações publicadas pelo Jornal do Brasil, em 11 de janeiro de 1997, a atriz teria se frustrado com os rumos de Luana, que acabaram sendo diferentes da sinopse original escrita por Benedito Ruy Barbosa.

O roteiro original prometia que a personagem teria um surpreendente arco de evolução ao aprender a ler, escrever e também melhorar o seu jeito de falar — assim, se tornando uma nova mulher, bem diferente do início da novela.

Ainda segundo a publicação, Patrícia Pillar lamentou não chegar a gravar uma das cenas que, segundo ela, traduzia a beleza da personagem.

Trata-se da sequência na qual a mulher de Bruno Mezenga (Antonio Fagundes) pegaria uma canoa-escola no rio Araguaia para ser alfabetizada.

Segunda opção

O Rei do Gado - Gloria Pires
Divulgação / Globo

Vale lembrar que, a princípio, Luana Berdinazzi seria definida por outra atriz que também esteve na novela: Gloria Pires. Era ela quem daria vida à boia-fria e filha do irmão do fazendeiro Geremias (Raul Cortez), Giácomo Guilherme (Manoel Boucinhas).

Entretanto, Gloria pediu para fazer outro papel na trama e foi realocada para viver a farsante Rafaela — personagem essa da qual reclamou publicamente, inclusive. Gloria teria recusado Luana por considerá-la um tipo muito parecido com o que fez na minissérie Memorial de Maria Moura (1994) e no filme O Quatrilho (1995).

E foi assim que Patrícia Pillar assumiu a personagem e fez dela um grande destaque dentro da narrativa da rivalidade entre as famílias Mezenga e Berdinazzi.

Carinho pela sua personagem

O Rei do Gado - Patrícia Pillar
Divulgação / Globo

Ainda assim, todos as possíveis questões que a afligiam foram resolvidas e a atriz guarda com carinho boas lembranças da história de amor entre Luana e Bruno Mezenga — essa que já foi reprisada anteriormente em 1999 e 2015, além de ter pintado no Canal Viva em 2011.

“É uma novela belíssima, com personagens bem brasileiros com os quais a gente se identifica de imediato. A direção do Luiz Fernando Carvalho acrescentou poesia a eles. É muito gostoso relembrar trabalhos antigos, principalmente quando têm a qualidade de O Rei do Gado”, disse ela entrevista ao Gshow.

Para ela, foi de extrema importância tratar sobre assuntos sérios, como a reforma agrária e a causa do MST (Movimento Sem-Terra) em uma novela no horário nobre.

“O Benedito Ruy Barbosa, com Luana e o núcleo dos sem-terra, trouxe à tona temas como a reforma agrária — um tabu, mas que passou a ser discutido entre familiares e amigos, sendo visto como peça fundamental para uma sociedade mais justa”, concluiu.

Compartilhar.