A atriz e cantora Cindy, que fez muito sucesso ao protagonizar a série Antônia (2006-07), na Globo, faleceu precocemente aos 38 anos. A artista não resistiu às complicações de uma pneumonia e nos deixou em 8 de janeiro deste ano.

Cindy Mendes
Cindy Mendes

Leilah Moreno, Quelinah e Negra Li, que formavam o quarteto de protagonistas de Antônia com Cindy, lamentaram a partida da amiga. Leilah lamentou que a colega de cena se foi sem ser reconhecida como merecia.

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Sucesso na Globo

Elenco da série Antônia
Elenco da série Antônia (Divulgação)

Inicialmente um filme dirigido por Tata Amaral, Antônia se tornou série de TV antes mesmo de ser lançado nos cinemas. A produção conta a história de quatro jovens da periferia de São Paulo que sonham fazer sucesso na música.

Preta (Negra Li), Barbarah (Leilah Moreno), Mayah (Quelynah) e Lena (Cindy) eram jovens negras que viviam as dificuldades típicas dos moradores de Vila Brasilândia, na periferia da capital paulista. Enquanto lutavam por uma vida melhor, elas se uniam no grupo musical Antônia.

A série teve duas temporadas, com cinco episódios cada, que alcançaram um enorme sucesso nas noites de sexta-feira da Globo. A primeira leva foi ao ar entre novembro e dezembro de 2006, enquanto a segunda temporada foi exibida entre outubro e novembro de 2007. Já o longa-metragem foi lançado em fevereiro de 2007.

 

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Estrela em ascensão

Cindy Mendes em Antônia, série da Globo
Cindy Mendes em Antônia (Reprodução / Globo)

O sucesso de Antônia fez Cindy Mendes ser conhecida em todo o Brasil. A artista começou sua carreira como modelo e atriz no teatro Macunaíma, quando tinha apenas sete anos de idade. Formada em teatro, ela se destacou em vários musicais, como O Mágico de Oz, All That Jazz e Black Cat, entre outros.

Mas foi o sucesso da série e do filme Antônia que projetou o nome de Cindy nacionalmente. A estrela, inclusive, se identificava bastante com sua personagem, Lena.

“Há muita coisa parecida na vida da personagem Lena e na minha vida. Além de também começar na igreja, eu já trabalhei nos semáforos antes de cantar profissionalmente. Uma das maiores dificuldades era conciliar o trabalho com os ensaios”, disse à Folha de São Paulo, na época do lançamento da produção.

Na esteira do sucesso de Antônia, Cindy lançou seu primeiro álbum solo, “Cindy – Grite Alto”, em 2006, a convite da gravadora Universal Music. O disco foi considerado um dos melhores álbuns de hip-hop brasileiro pela crítica na época.

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Sem reconhecimento

Negra Li
Negra Li (Divulgação)

Na ocasião de seu falecimento, em janeiro deste ano, as demais estrelas de Antônia lamentaram a partida precoce de Cindy. Todas elas concordam que a estrela se foi sem o devido reconhecimento.

“Hoje a Cindy descansou, e o coração está apertado em dar esta notícia! Obrigada por ter feito parte de um projeto tão importante que representou meninas do Brasil todo. Sua rima, sua voz, sua interpretação está eternizada no cinema e em nosso coração”, escreveu Leilah Moreno nas redes sociais.

“Esteja certa de que cumpriu seu tempo na terra e fez muita gente feliz! Sim, você brilhou muito como uma diva! Diva incompreendida e ‘pouco reconhecida’, como você mesma dizia. Talvez um dia todos ouçam sua arte e conheçam seu valor! Todo meu amor e força à família. Meus sentimentos a todos os fãs e amigos! Seguimos aqui com amor e saudades!”, completou.

“Cindy, eu não tenho palavras pra me despedir. Eu só preciso dizer obrigada, irmã. Fizemos, sim, história, e você foi parte disso. Obrigada pelo seu talento. Você é de muita luz, sim! Agora vai brilhar no céu. Minha linda irmã. Você será sempre uma Antônia! Te amo”, desabafou Quelinah.

“Você foi uma grande artista e trago o melhor de você comigo, uma pessoa alto astral, inteligente e apesar de mais nova, sempre tinha algo pra compartilhar e ensinar. Meus sentimentos a todos os amigos e familiares, que Deus console o coração de cada um de vocês. A sua partida prematura nos pegou de surpresa e entristeceu a todos. Que você descanse em paz, Cindy”, declarou Negra Li.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor