Atriz de Travessia enfrentou violência do marido: “Quebrou nariz, perna e mão”
16/12/2022 às 14h45
A divertida Creusa, empregada que fazia tudo para que seus patrões Helô (Giovanna Antonelli) e Stenio (Alexandre Nero) reatassem em Salve Jorge (2012), voltou ao vídeo em Travessia.
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A personagem é interpretada por Luci Pereira, atriz que passou por muitos perrengues para chegar aonde chegou.
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Quase morte
Paraibana de Campina Grande, Luci foi casada duas vezes e sofreu violência doméstica nas mãos do primeiro marido que, por pouco, não a matou.
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“Não tive sorte com os homens. Eu me casei com 17 anos e apanhei durante oito de um alcoólatra. Na última surra ele quebrou meu nariz, minha perna e minha mão. Fiquei 16 dias internada e dei um basta”, revelou a artista ao jornal Extra em março de 2013.
“Engravidei três vezes daquele homem e perdi todos os bebês. O primeiro, uma menina, chegou a nascer, mas morreu em poucas horas. Sofri aborto nas outras duas gestações. Nunca fui atrás de confirmar, mas acho que foi por causa das surras que eu levava, mesmo grávida”, ressaltou em entrevista à revista Ana na mesma época.
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A atriz contou que nem passava pela cabeça largar o marido, pois na época também não existia a Lei Maria da Penha. Ela chegou a se casar uma segunda vez e, desta união, nasceram Priscila e Polyan. Contudo, o ciúme do companheiro atrapalhou a relação, que durou apenas cinco anos.
Após o término, ela partiu para São Paulo com os filhos.
“Sou virgem de novo!”
Luci Pereira se instalou na Zona Sul da capital paulista, em condições que a deixaram assustadas.
“Era um quarto com banheiro coletivo. Olhava aquilo e não acreditava”, afirmou a artista.
Apesar de hoje ter uma vida mais tranquila, que inclui as realizações profissionais, Luci não esconde as sequelas dos anos em que sofreu maus tratos. Após o divórcio, ela nunca mais se casou e, mesmo com tantos problemas, o seu bom humor não foi afetado.
“Fiz uns exames há três meses e o médico me perguntou: ‘Você não tem relação sexual há muito tempo?’ Respondi: ‘Ih, doutor, nem selinho eu dou. Sou virgem de novo!’”, divertiu-se a atriz, então há 24 anos sem sexo.
“Não tenho saudade de sexo. Se dou defeito, vou fazer artesanato, e logo passa. Nem preciso tomar banho frio para baixar o calor”, complementou.
Ela revelou ao UOL em 21 de março de 2013, contudo, que não dispensa um namorico:
“Às vezes pinta um rala e rola, não sou de ferro”.
Agora, Luci dedica-se aos trabalhos de Travessia, novela das nove em que retomou a parceria com Giovanna Antonelli e Alexandre Nero.
Creusa voltou
A doméstica Creusa fez sucesso com a forma carinhosa que se referia à patroa, a delegada Helô. O “Donelô” caiu no gosto do público e marcou Salve Jorge. A popularidade da figura surpreendeu Luci Pereira, que, durante determinado período, enfrentou dificuldades para sair na rua.
“Para mim tudo isso está sendo uma surpresa. Quando li a sinopse da novela achei que fosse ser mais uma empregada daquelas que só abrem porta ou servem café”, confessou.
“Tento fazer minhas coisas normalmente, mas agora ficou complicado. Basta o primeiro vir pedir uma foto para outras pessoas também pedirem e aí não consigo comprar mais nada”, completou.
Creusa batalhou para unir Helô e Stenio, então às turras, situação que se repete na trama de Gloria Perez. Esta, aliás, é a quinta parceria da autora e de Luci, hoje com 62 anos.
Além de Salve Jorge, elas estiveram juntas na minissérie Amazônia – De Galvez a Chico Mendes (2007). Depois, veio Ondina, de Caminho das Índias (2009), e a Nazaré de A Força do Querer (2017).
A atriz também se consagrou no cinema, atuando em filmes como Narradores de Javé (2003) – que lhe garantiu o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Festival do Audiovisual de Pernambuco – e Que Horas Ela Volta (2015), sucesso de bilheteria ao lado de Regina Casé.