Nos últimos anos, a Globo tem dedicado atenção especial à representatividade. Por isso, a emissora passou a escalar mais atores e atrizes transexuais para suas obras, como Jade Sassará, que brilha na pele de Aleluia em Mar do Sertão.
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Contudo, tamanha visibilidade ainda não garante que Jade seja respeitada como ela é. Recentemente, a atriz compartilhou um desabafo após ser vítima de transfobia em um estabelecimento. E, pasmem, não foi a primeira vez.
Situação lamentável
Na ocasião, Jade Sassará (na foto com Leandro Daniel) estava em um restaurante localizado no Rio de Janeiro. Ela foi tratada com pronomes masculinos por funcionários do local.
“Travesti não tem paz nesse Brasil, né? Nem quando a gente tenta se dar um mimo, se levar pra jantar, fazer um programinha gostoso. Não tem como. É a segunda vez que venho nesse lugar aqui, porque tem uma comida que eu gosto. Não vou deixar de frequentar lugares que eu quero ir, que tem coisas que eu quero consumir, que eu quero viver”, desabafou em um vídeo postado no último dia 9, via Instagram.
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“É a segunda vez que venho aqui e sou tratada no masculino, por pessoas diferentes. Não é nem pela mesma pessoa. É f#da, a gente não consegue viver um momento tranquilo, um momento de prazer sem passar raiva”, completou.
Artista com A maiúsculo
Jade Sassará foi uma das descobertas de Mar do Sertão, trama de Mário Teixeira que revelou diversos talentos. Ela dá vida a Aleluia, assessora da prefeitura de Canta Pedra. Fiel funcionária da prefeita Jessilaine (Giovanna Figueiredo), ela seguiu com o seu cargo na gestão de Floro Borromeu (Leandro Daniel).
Aos 27 anos, a atriz ostenta um currículo de peso nas artes. Jade já trabalhou como produtora musical e baterista. Também morou em Nova York e na Europa, onde investiu na carreira artística.
Em uma entrevista à revista Vogue, ela comemorou a sua estreia na televisão e a possibilidade de se sustentar através da atuação.
“É difícil falar sobre atuar, porque é algo que me dá uma vida que não sei dizer da onde vem, mas é um tesão por estar viva, desenvolvendo e pesquisando. Eu sou muito feliz nesse processo, tenho trocas incríveis, profundas e avassaladoras”, explicou.
Representatividade
Mesmo sendo uma mulher trans, consciente da importância da diversidade na TV, Jade Sassará deseja que, antes de tudo, as pessoas enxerguem sua arte.
“Em qualquer uma das minhas profissões, acaba que ser uma pessoa trans chega antes de todas as outras coisas que eu sou. Queria que meu brilho chegasse antes do que qualquer outra coisa que me defina”, ressaltou.
“Meu brilho é a vontade de estar viva, de continuar construindo, de fazer laços e aproveitar ao máximo tudo que a vida tem para oferecer, estando integralmente presente. Enfim, meu brilho é sobre as coisas simples de estar viva”, concluiu Jade.